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Dr. Ahmed Shehada, presidente do IBRASPAL no ato de Solidariedade ao Povo Palestino.

Quero agradecer a oportunidade que nos foi dada por esta Casa, em participar deste evento tão importante para o povo palestino e para a humanidade, como um todo.

Em especial quero agradecer aos organizadores desse evento, o senhor deputado Assis Melo, a deputada Jô Moraes e o deputado Carlos Marun.

Quero saudar aos senhores embaixadores aqui presentes, na pessoa do meu querido irmão Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil.

Meus irmãos e amigos, senhoras e senhores.

 

No dia 02 de novembro de 1977 a Assembleia Geral da ONU na sua resolução número 32/40 B, declarou o dia 29 de novembro de cada ano, como o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.

Esta data originou-se baseada na divisão forçada da Palestina, através da resolução 181, no dia 29 de novembro 1947, que resultou na expulsão do povo palestino de suas terras, de suas casas, tomando o inimigo todo o território dividido.

 

Embora existam Resoluções das Nações Unidas favoráveis ao povo palestino, desde a Resolução 194, de 11/12/1948, que afirmou o direito de retorno dos refugiados aos seus lares, tudo isso se torna impossível, pois os palestinos não podem retornar novamente às suas casas e terras de onde foram expulsos, porque Israel bloqueia esse direito.

 

O que ocorre na Palestina hoje não é uma guerra, mas um genocídio, um massacre, onde casas são destruídas, mulheres e crianças são mortas, escolas e hospitais são destruídos com as pessoas dentro deles.

O povo palestino é como todos os outros povos que lutaram contra invasões. A Palestina sofre uma invasão como nenhum outro povo já sofreu, pois luta contra um dos exércitos melhor equipados do mundo, o exército israelense, apoiado principalmente pelos norte-americanos e por demais países do ocidente, desrespeitando o Direito Internacional e as Resoluções das Nações Unidas.

 

O povo palestino luta diariamente de acordo com o Direito Internacional e as Resoluções da ONU, que lhes dá o direito de lutar por sua pátria invadida.

Esse direito foi de certa forma usada por todos, os países que já foram invadidos, como a França usou contra a ocupação nazista e a Argélia, que lutou contra a ocupação francesa que matou milhões de pessoas.

E o povo palestino, ao fazer uso desse direito, é tratado pelo exército inimigo e por alguns países do Ocidente como terrorista, o que não é justo. A luta contra a ocupação é uma honra. Não é terrorismo!

Nós estamos pagando muito caro por fazer uso de nossos direitos, pois sofremos como nenhum outro povo a tragédia das guerras que ocorreram em nossos territórios, como o exemplo mais recente, como as invasões e agressões a Gaza em 2009, 2012 e 2014, que foi um verdadeiro genocídio, onde milhares de pessoas perderam suas vidas em defesa de suas casas e de suas terras.

 

O que nós podemos fazer para solidarizar-se com o povo palestino?

Certamente devemos apoiar a resistência, para que não abram mão de seus direitos na sua pátria, estabelecendo um Estado soberano, o retorno dos refugiados às suas terras e casas de onde foram expulsos.

Não podemos esquecer dos mais de 7.000 prisioneiros palestinos, que precisam de todas as formas de solidariedade com eles internacionalmente, para que o mundo possa ouvir seus sofrimentos. E para descobrir a realidade desse ocupante criminoso que não respeita a humanidade, não fornece os direitos mais básicos para o prisioneiro palestino.

 

A ocupação viola todas as resoluções adotadas pelas instituições internacionais em relação ao respeito pelos direitos humanos e ao tratamento de presos, de seus direitos e garantias. Israel não respeita nenhum deles. O silêncio do mundo sobre estas violações encoraja a ocupação a continuar essa abordagem criminosa, tornando o ocupante como um Estado acima da lei.

Façamos o boicote econômico, militar e acadêmico ao estado sionista e suas organizações.

Levar os criminosos de guerra aos Tribunais de Direito Internacional, e controlar suas condutas e deslocamentos.

Jerusalém é e será sempre a capital de todos os palestinos. As diversas Resoluções das Nações Unidas e o Direito Internacional não reconhecem a soberania do Estado sionista na ocupação de qualquer parte de Jerusalém.

Jerusalém é a capital da Palestina. Seu status religioso, histórico e civilizacional é fundamental a árabes, muçulmanos, cristãos e ao mundo em geral. Os lugares sagrados para muçulmanos e cristãos pertencem exclusivamente ao povo palestino. Nem mesmo uma pedra de Jerusalém pode ser rendida ou abandonada, sem autorização dos seus verdadeiros donos.

A Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU de 20/08/1980 declarou que a publicação da Lei Básica do parlamento sionista era nula de efeitos e que era uma violação do Direito Internacional. E esta mesma resolução, convidava os Estados Membros a retirar suas missões diplomáticas da Cidade Santa.

 

Mesmo os Estados Unidos, que são os maiores defensores da agressão sionista contra palestinos, não reconhecem Jerusalém como uma cidade israelense, apesar de que alguns políticos daquele país queiram que seja diferente.

Uma decisão da Suprema Corte dos EUA de 2015 rejeitou o registro de nascidos judeus em Jerusalém como israelenses, por considerar Jerusalém como uma cidade ocupada.

Embora se saiba de tudo isso, hoje poderá ser adotada uma atitude por parte do presidente dos estados Unidos, que provocará grande mudança no já frágil equilíbrio do Oriente Médio

Por fim, quero agradecer a todos os presentes, aos partidos políticos e movimentos que nos apóiam, e a todos os que realmente se solidarizam com o povo palestino.

Muito obrigado a todos e todas.

 

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