Quarta Feira, 04 Dezembro 2024

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Sessão Solene em homenagem ao dia de Jerusalém - Discurso Presidente do Ibraspal Dr Ahmad Shehada

 

Senhor presidente,

 

Senhoras e Senhores deputados,

 

Bom dia a todos e todas aqui presentes, para celebrar o Dia Mundial de Al-Quds, dia de Jerusalém, a capital da Palestina.

 

Inicialmente quero agradecer a esta Casa do Povo por esta oportunidade, em especial quero agradecer ao senhor deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, e ao senhor deputado federal Evandro Roman, pela iniciativa de realizar esta Sessão Solene. O senhor está nos dando uma grande oportunidade para mostrar as injustiças que ocorrem na Palestina.

 

Quero saudar aos senhores embaixadores e deputados presentes, em especial o senhor Ibrahim Al-Zeben, embaixador do Estado da Palestina, e ao senhor Embaixador da República Islâmica do Irã, Seyed Ali Saghaeyan.

 

Nos reunimos hoje para comemorar o Dia Mundial de Al Quds, nesse ano especial para Jerusalém, onde setenta anos se passaram desde a ocupação da Palestina e o deslocamento de seu povo pelas gangues sionistas.

 

Setenta anos da ocupação da parte ocidental da cidade de Jerusalém, uma ocupação que nunca foi reconhecido pelas Nações Unidas.

 

E 51 anos da ocupação da parte oriental da cidade, contrariando todas as resoluções das Nações Unidas e o Direito Internacional. O presidente Trump e seu grupo de fanáticos religiosos, vieram para declarar seu reconhecimento de Jerusalém como a capital de “Israel”, justificando sua decisão com o fato de que “Israel” controla Jerusalém! Em sua lógica, quer dizer que um bandido que apreendeu um bem pela força, seja reconhecido como dono daquilo que roubou!

 

Nem as Resoluções das Nações Unidas e nem o Direito Internacional reconhecem a soberania do ocupante em qualquer parte de Jerusalém. Toda cidade, de leste a oeste é considerado ocupada!

 

A questão da Jerusalém - Al Quds entrou aos corredores das Nações Unidas, como resultado de Resolução nº 181 da partição da Palestina, emitido pela Assembleia Geral da ONU em 29 de novembro de 1947.

 

Desde 1948, ano da Nakba (tragédia), sucessivas Resoluções do Conselho de Segurança condenaram as violações de "Israel" e as ações ilegais voltadas a judaização da cidade santa para fazer dela a sua capital indivisível. Desde a Resolução nº 56, de 19 de agosto de 1948, até a Resolução 2334, de 23 de dezembro de 2016, que não foi contestada pelos Estados Unidos, essas decisões permaneceram letra morta por causa do compromisso dos EUA com "Israel", que os protege com a ocupação ilegal.

 

O reconhecimento por parte dos EUA de Jerusalém como a capital de "Israel" e a assinatura da decisão de transferir a embaixada dos EUA para ela, atingem a cidade santa de todos os lados.


Desde o primeiro dia do anúncio da transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém, prometida eterna capital do chamado estado de "Israel", os habitantes de Jerusalém não hesitaram em defender a cidade ocupada, a resistência dos cidadãos da Jerusalém foi firme e fortemente para contrariar os esquemas que querem a judaização da cidade e a expulsão do seu povo.

 

A presença árabe é permanente e a judaica é temporária em Jerusalém através da história.

 

A cidade remonta a 3000 aC. Foi fundada e habitada pelos jebuseus, uma das primeiras tribos cananeias, dos primeiros árabes que se mudaram da Arábia com os desalojados das tribos cananéias por volta de 2500 aC.

 

O domínio judaico e israelitas de Jerusalém durou 73 anos ao longo de sua história de mais de cinco mil anos. David foi capaz de controlar a cidade de 977 a 1000 aC. Ele a chamou de Cidade de David e construiu um palácio e várias fortalezas e durou 40 anos. Ele foi sucedido por seu filho Sulayman, que governou por 33 anos.

 

De uma perspectiva histórica, os israelitas tomaram Jerusalém por um período, mas eles eram uma força de ocupação e até mesmo admitem que tiveram uma guerra contra o poderoso povo da Palestina.

 

Por outro lado, aqueles que ocuparam a Palestina naquela época eram os chamados filhos de Israel. Há uma diferença entre raça e religião. Nem todos os judeus são israelitas e nem todos os israelitas são judeus.

 

Os judeus que ocupam a Palestina hoje em dia são os sionistas usurpadores da Palestina. A maioria desses judeus não tem nada a ver com os israelitas, que ocuparam a Palestina por um período da história, mas são descendentes dos khazares, que se converteram ao judaísmo nos séculos X e XI. E são sim, filhos dos terroristas que massacraram os palestinos e destruíram locais de culto muçulmanos e cristãos e expulsaram as pessoas de suas casas.

 

O direito legal de palestinos históricos à sua terra e Jerusalém é clara e inequívoca. Dezenas de resoluções das Nações Unidas e antes dela, a Liga das Nações, que formou em 1930 uma comissão internacional para estudar fatos históricos e legais sobre a parede ocidental da Mesquita de Al-Aqsa, que os judeus chamam de Muro das Lamentações. O Comitê da Liga das Nações concluiu que: 1) propriedade da parede ocidental pertence aos muçulmanos, e somente a eles, e constitui parte integrante do Haram al-Sharif Square – Esplanada das Mesquitas, que é propriedade da Palestina.

 

Nós, como palestinos, prometemos que não vamos desistir de Jerusalém. Não vamos abrir mão, nós vamos retornar a Jerusalém, uma cidade palestina aberta, de liberdade de culto para todas as religiões.

 

Esperamos contar com o apoio de todas as pessoas que defendem a Justiça e o Direito Internacional, para não se curvar à chantagem norte americana e sionista.

 

A resistência é um direito e honra, e apoiar a resistência é um dever sagrado das pessoas justas e honestas. 

 

Agradecemos a todos que oferecem uma mão amiga ao nosso povo.

 

A Palestina jamais esquecerá seus amigos.

 

 

 

 

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