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48 anos após o assassinato do escritor palestino Ghassan Kanafani

48 anos após seu assassinato ainda mencionamos Ghassan Kanafani como um dos escritores e jornalistas árabes mais famosos do século XX, e certamente também sabemos que ele é um dos militantes mais proeminentes da história da causa palestina. Ele tem uma história de sua atividade política e literária.

Ghassan Fayiz Kanafani nasceu na cidade de Acre, durante o Mandato Britânico na Palestina, em 9 de abril de 1936. Era o terceiro filho de Muhammad Fayiz Abdul Razzak, um advogado que atuava no movimento nacional e se opunha à ocupação britânica. Kanafani recebeu sua educação inicial em uma escola missionária católica francesa em Jaffa. Ainda jovem, mudou-se com a família para Haifa. Em 1948, exilaram-se ao sul do Líbano e, mais tarde, instalaram-se permanentemente em Damasco, na Síria.

Em Damasco, completou o ensino secundário e estudou Literatura na Universidade de Damasco. Em 1952, obteve o título de professor da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Foi professor de arte para cerca de 1.200 crianças palestinas deslocadas em um campo de refugiados, onde começou a escrever histórias curtas para ajudar seus alunos a entender sua situação.

No mesmo ano, ingressou no Departamento de Filologia Árabe da Universidade de Damasco, onde, sob a supervisão do Dr. George Habash, escreveu sua tese "Raça e religião na literatura sionista", base para o estudo de 1967 "Literatura sionista". Sob a influência de Habash iniciou suas atividades políticas, envolvendo-se no Movimento Nacionalista Árabe (MNA). Em 1955, como consequência de suas atividades políticas, foi expulso da universidade e estabeleceu-se no Kuwait, onde trabalhou como professor até 1960.

Em 8 de julho de 1972, Kanafani então com 36 anos, foi assassinado em Beirute. Uma granada foi detonada próxima ao jornalista e em seguida uma bomba de plástico de 3 quilos plantada na barra do pára-choques de seu carro. Kanafani morreu incinerado, juntamente com sua sobrinha de dezessete anos, Lamees Najim. O Mossad, serviço secreto israelense, reivindicou a responsabilidade pelo assassinato.

O assassinato foi tratado como uma resposta ao massacre do aeroporto de Lod, realizado por três membros do exército vermelho japonês. Na época, Kanafani era o porta-voz da Frente Popular para a Libertação da Palestina, e o grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

O obituário de Kanafani no jornal The Daily Star, do Líbano, escreveu: "Ele era um comando que nunca atirou uma arma, sua arma era uma caneta esferográfica e sua arena nas páginas do jornal". Na ocasião de sua morte, vários romances incompletos foram encontrados, um data de 1966.

Em 1975, foi o vencedor póstumo do Prêmio Lótus para Literatura da Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos. Sua memória foi celebrada por meio da criação da Fundação Cultural Ghassan Kanafani, que desde seu início estabeleceu oito jardins de infância para os filhos de refugiados palestinos.

 

Obras em português:

  • Contos da Palestina: O Povo Sem Terra, 1986. (Ed. Brasiliense)
  • Homens ao Sol, 2012. (Bibliaspa)
  • A Revolta de 1936-1939 na Palestina, 2015. (Ed. Sundermann)

e tem muitas obras em árabe.

 

Alguns ditos famosos de Ghassan Kanafani:

1 - Uma idéia nobre geralmente não requer compreensão, mas precisa de sensação.

2- A questão da morte não é a questão dos mortos, é a causa dos vivos e do resto.

3- Perdoar os outros não significa que você esteja satisfeito com eles, mas sim buscar a paz de espírito, longe de discussões inúteis.

 

Assista aqui uma entrevista com o escritor palestino Ghassan Kanafani

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