A luta do povo palestino é para libertar toda a sua pátria e construir um Estado único, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo
Em 29 de novembro de 1947 a ONU cometeu um ato ilegal. Por pressão dos EUA e do sionismo (movimento nacionalista judaico conservador, antiidemocrático e racista) foi aprovada a Partilha da Palestina em dois Estados, um Estado Judeu (que veio a se tornar o “Estado de Israel”) e um Estado Árabe (que deveria ser o Estado Palestino). Essa medida foi ilegal à luz do direito internacional. Seis motivos que comprovam essa ilegalidade.
Primeiro: a ONU não tinha soberania sobre a Palestina.
Segundo: a Palestina já estava vivendo sob uma situação ilegal (o colonialismo britânico, entre 1918 e 1948).
Terceiro: o povo palestino nunca foi consultado sobre o tema num referendo ou consulta popular.
Quarto: a maioria da população era muçulmana (como conceber a criação de um “Estado Judeu” num país de maioria islâmica?).
Quinto: a Inglaterra e a França tinham prometido a independência dos territórios árabes que estavam sob o domínio do Império Turco-Otomano em 1918 (ou seja, havia uma dívida histórica com o povo palestino).
Sexto: a maioria do povo palestino sempre quis uma República Independente, em toda a Palestina histórica, do Rio Jordão até o Mar Mediterrâneo.
O fracasso da solução “Dois Estados para Dois Povos”
Quem deve decidir sobre o destino da Palestina é o seu prórpio povo e suas legítimas organizações. Eles são os principais protagonistas desta justa luta por soberania, independência e autodeterminação. O campo de batalha principal será sempre a Palestina ocupada pelo colonialismo israelense. A solidariaedade ao povo palestino tem crescido e se espalha por todos os cantos do planeta. Mas se queremos uma Palestina Livre, com justiça, democracia, independência e direitos sociais para toda a população, precisamos fazer um esforço para expressar o real sentimento deste heróico povo sobre o que ficou conhecido como “solução de dois estados”, proposta na Resolução 181, Plano de Partilha da Palestina, de 29/11/1947.
O povo palestino e a ampla maioria de suas organizações já rechassaram a “solução de dois Estados” , e todas as lutas populares, desde a primeira Intifada até a Marcha pelo Retorno, ou as manifestações pelo Dia da Terra e tantas outras, pedem pela libertação de toda a pátria. A “solução de dois Estados” nunca foi viável para uma paz justa e duradoura, e para uma solução efetiva da Questão Palestina. Tal solução sempre deixou de lado o inalienável direito de retorno do povo palestino para suas casas, vilas e terras ocupadas em 1948, 1967 e depois dos Acordos de Oslo (1993/1994). Mas o motivo principal da impossibilidade dessa solução é a posição israelense. Nunca nenhum governo israelense afirmou de maneira contundente seu compromisso em garantir a existência de um Estado Palestino. Todos os governantes israelenses cometeram crimes de guerra, violaram direitos, implementaram um regime de apartheid, limpeza étnica e genocídio contra a população palestina, impondo uma permanente situação de sofrimento e penúria que só tem aumentado nos últimos anos. Nunca os sionistas vão permitir a existência de um Estado Palestino, nem mesmo um micro e fragilizado Estado em 22% da Palestina histórica (Cisjordânia e Gaza). E os que governam Israel ganharam as últimas eleições fazendo campanha contra a existência de um Estado Palestino, contra o retorno dos refugiados, contra o cumprimento das Resoluções da ONU, reafirmando Jerusalém como “capital eterna do Estado Judeu”, reafirmando que quem quiser viver em “Israel” tem que reconhecer o caráter judaico do Estado, e construindo e ampliando novas colônias e assentamentos ilegais em terras palestinas.
O povo palestino já percebeu, a duras penas, com muita dor e sofrimento, que os Acordod de Oslo fracassaram . A violência do colonialismo israelense só aumentou contra a população e contra os membros da legítima resistência palestina.
Intelectuais importantes como Noam Chomsky, Edward Said e Ilán Pappé já se manifestaram a favor da criação de um único Estado ou um Estado Binacional em todo o território da Palestina histórica. Se fosse feito hoje um referendo, um plebiscito, uma consulta popuçar, todas as pesquisas indicam a vitória dessa proposta no meio do povo, com a garantia de todos os direitos inalienáveis, especialmente o direito de Retorno, assegurado pela Resolução 194 da ONU. Um único Estado, onde todos os habitantes possam viver em paz e com direitos iguais, independente de sua religião ou opinião política.
Durante as comemorações do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino , no Brasil, aparecerem manifestos falando de “Dois Estados para Dois Povos”. Essa proposta não representa a vontade da maioria da população palestina. É uma proposta de uma minoria no interior do movimento nacional palestino, atrelada aos negociadores dos Acordos de Oslo. Hoje a população palestina e as forças vivas e ativas da Resistência defendem a unidade nacional palestina para enfrentar o colonialismo, o sionismo, o imperialismo em todos os campos de batalha, visando libertar toda a pátria.
O povo palestino também deseja que sejam realizadas eleições livres e democráticas, para a escolha de um novo governo e um novo parlamento, que sejam a expressão da vontade popular, pois os últimos pleitos foram em 2005 e 2006.
O povo palestino tem o direito de lutar pela libertação de toda a sua pátria, sejam as terras ocupadas em 1948, em 1967 ou depois. E a solidariedade ao povo palestino deve também estar associada à solidariedade a toda a resistência palestina, com suas organizações políticais, sociais, culturais e militares, coordenando esta belíssima luta de libertação nacional, tão fundamental para a humanidade como foi a libertação do Vientã do domínio imperialista estadunidense.
Façamos da Palestina esse novo Vietnã, e que a luta desse povo possa inspirar todas as lutas por justiça e contra o imperialismo em qualquer lugar do planeta.
Estamos aqui pela Palestina, estamos aqui pela humanidade!
DEZEMBRO/2019
Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino ABCDMRR/SP
Campanha Global Pelo Retorno a Palestina
Campanha Free Ahmad Sa´adat e Free Khalida Jarrar
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST
Instituto Brasil-Palestina IBRASPAL
Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro de São Paulo
Comitê Democrático Palestino
Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino de Santa Catarina
Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Rio de Janeiro
Centro Cultural Árabe Palestino Porto Alegre - RS
Sociedade Árabe Palestina Brasileira - RS
Sociedade Árabe Palestina de Corumbá - MS
CRM - Centro Ruy Mauro Marini
Brizolismo Revolucionário - BR
Comitê Antiimperialista General Abreu e Lima
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