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A Nakba

A Nakba - que significa literalmente "catástrofe" em tradução do árabe - refere-se ao desastre que atingiu o povo palestino em 1948, quando cerca de 750.000 palestinos foram expulsos de suas terras, forçando-os a deixar para trás centenas de cidades e aldeias destruídas. No entanto, esse deslocamento violento do povo palestino não foi o fim de seu sofrimento - foi o começo.  

 

 

70 anos depois, os 750.000 refugiados que foram exilados à força de suas próprias casas somam mais de 5 milhões. A maioria deles permanece sem estado, desvanecendo em campos de refugiados na Jordânia, no Líbano e na Síria.

 

Um número significativo desses refugiados também se mudou para a Faixa de Gaza, que atualmente está sob cerco. Israel controla suas fronteiras terrestres, seu espaço aéreo e seu mar, deixando os palestinos dentro da Faixa efetivamente presos na maior prisão a céu aberto do mundo. As Nações Unidas previram que a Faixa de Gaza se tornará inabitável até 2020 devido ao bloqueio deliberadamente asfixiante de Israel.

 

Alguns dos palestinos que conseguem permanecer agora vivem como cidadãos de segunda classe dentro do Estado de Israel. Seus direitos e liberdades são severamente restritos e enfrentam racismo sistemático e institucionalizado, algo que pode ser demonstrado pelas mais de 50 leis israelenses existentes que os discriminam.

 

Finalmente, os palestinos na Cisjordânia, muitos dos quais também são refugiados de 1948, vivem sob uma ocupação militar ilegal que viola gravemente seus direitos humanos básicos e os expõe a violência com risco de vida e detenção injusta diariamente.

 

A Nakba palestina não é um incidente que ocorreu há muitas décadas. É um processo contínuo e sistemático em que Israel continua a negar aos palestinos o mais básico dos direitos humanos.

 

Israel não apenas se recusa a reconhecer o direito dos refugiados palestinos de retornar às suas terras, um direito consagrado no Direito Internacional, mas também continua a apropriar-se ilegalmente da terra palestina para construir assentamentos apenas de judeus na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Continua a discriminar os palestinos em um sistema de apartheid. Continua a privar os palestinos dos seus direitos à liberdade de movimento, liberdade de expressão, educação e habitação.

 

A próxima segunda-feira marca 70 anos desde que este Nakba começou, mas também marca o 28º dia da greve de fome dos prisioneiros palestinos. A firmeza demonstradas pelos manifestantes - que estão exigindo direitos básicos como tratamento médico, visitas familiares e o fim da detenção sem julgamento - são microcósmos do povo palestino.

 

70 anos depois, os palestinos continuam resistindo e farão isso até que haja justiça.

 

 

 

Fonte: O Centro de Retorno Palestino

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