Objetivo é forçar adversário político a ceder às imposições de Israel

Por Lucia Rodrigues
Ibraspal

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, quer cortar o repasse de recursos para a Faixa de Gaza. O objetivo é estrangular financeiramente o governo do Hamas, que administra a região há mais de uma década e é adversário político do Fatah, partido de Abbas.

"O presidente Abbas está prestes a suspender todos os recursos para a Faixa de Gaza", revela uma autoridade de Ramallah, que não quis se identificar.

A decisão de Abbas quer forçar o Hamas a ceder às imposições de Israel e assinar um acordo de paz. Mas o Hamas já deixou claro que ninguém pode impedir os palestinos de resistirem à violência dos militares israelenses.

A repressão do governo sionista contra os protestos pacíficos da Marcha do Retorno já mataram 170 palestinos e feriram mais de 18 mil desde 30 de março. O direito de retorno está previsto, inclusive, em resolução da ONU, mas Israel descumpre as recomendações.

Israel também continua realizando ataques aéreos sistemáticos contra o território de Gaza, que só esta semana já mataram mais quatro palestinos. Um deles, um adolescente de 15 anos.

Mesmo assim, Abbas quer forçar a população de Gaza a se submeter às imposições de Israel, para atingir o Hamas, seu adversário político.

O corte nos recursos para Gaza vai aumentar ainda mais a pressão no torniquete contra a população da região.  

Os Estados Unidos já anunciaram que não vão repassar mais recursos para a UNRWA,  a Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina no Oriente Médio, para realizar trabalho humanitário em Gaza.

Segundo a UNRWA, a Faixa de Gaza tem aproximadamente 1,9 milhão de palestinos dos quais, 1,3 milhão são refugiados.

Com informações do Middle East Monitor