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"Acordo do século" de Trump quer criar "Nova Palestina" desarmada e controlada por Israel

Jerusalém permanecerá sob controlo israelita e será criado um Estado chamado "Nova Palestina" na Cisjordânia e Faixa de Gaza, diz um projecto do chamado "acordo do século" do presidente Trump para a Palestina e o Médio Oriente, segundo adianta a televisão libanesa Al-Mayadeen.

O projecto divulgado esta segunda-feira pela Al-Mayadeen apresenta pormenores acerca do calendário e dos métodos do «plano de paz» estado-unidense e discute um acordo de paz trilateral entre a Autoridade Palestina, o Hamas e Israel.

Um Estado chamado «Nova Palestina» seria criado na Cisjordânia e Faixa de Gaza, excluindo os blocos de colonatos, que permaneceriam como parte de Israel.

Seria assinado um acordo entre Israel e o novo Estado palestino, segundo o qual Israel protegeria o Estado da «agressão externa», sendo os palestinos obrigados a pagar a «proteção».

Nos termos do acordo, Jerusalém não seria dividida mas sim «partilhada» entre Israel e o Estado palestino, de que os palestinos de Jerusalém se tornariam residentes.

Quanto à Mesquita de Al-Aqsa, seria colocada sob o controlo da Arábia Saudita, substituindo o actual control jordano. A mesquita é presentemente administrada pelo Waqf, um departamento do Ministério de Propriedades Sagradas da Jordânia, mas encontra-se sob controlo policial de Israel.

O município de Jerusalém tornar-se-ia responsável por toda a cidade de Jerusalém, mas o Estado palestino seria responsável pela educação e pagaria impostos e serviços públicos municipais ao município israelita.

Na Faixa de Gaza, o Egipto concederia terrenos ao novo Estado palestino para construir um aeroporto e instalações industriais.

No espaço de cinco anos seria criado um porto de mar e um aeroporto para o Estado palestino e, até lá, os palestinos poderiam utilizar os portos israelitas.

O projecto, que exigiria a desmilitarização imediata do Hamas, uma vez que a «Nova Palestina» seria proibida de ter exército, já teria sido aprovado pelos EUA, União Europeia e países do Golfo, acrescenta a Al-Mayadeen.

«Um montante de 30 mil milhões será alocado num período de 5 anos para projectos relacionados com o novo Estado palestino», diz a Al-Mayadeen, sendo esse ónus financeiro suportado Estados Unidos, a União Europeia e os países do Golfo.

O processo do chamado «acordo do século» da administração Trump para a questão israelo-palestina, que se arrasta há dois anos mas cujo conteúdo não foi até agora revelado, tem sido acompanhado por uma série de medidas que demonstram o total enviesamento estado-unidense favorável aos seus aos setores sionistas mais radicais de Israel e totalmente contrário aos direitos do povo palestino.

O governo dos EUA encerrou do escritório da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Washington e reconheceu Jerusalém como «capital unificada» do Estado de Israel; a embaixada dos EUA mudou-se para Jerusalém; os EUA declararam que os colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados não são ilegais; foi reconhecida a soberania israelita sobre os Montes Golã sírios ocupados; foi cortado o financimento estado-unidense à UNRWA, a agência de assistência aos refugiados palestinos, que foi alvo de tentativas de extinção.

Pela atuação da administração de Donald Trump e por aquilo que se vai conhecendo, pode-se concluir sem medo de errar que o sinistro «acordo do século» visa nem mais nem menos do que impor aos palestinos uma caricatura de «Estado», retalhado e privado de soberania, e a renúncia total aos seus legítimos direitos nacionais.

Foto: Reuters/Maria Alejandra Cardona

 

Fonte: Movimento pelos Direitos do Povo Palestino E pela Paz no Médio Oriente

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