Adolescentes que participam da Marcha do Retorno estão na mira de Israel
Wissal Al Sheikl Khalil, 15 anos, morreu após ser baleada na cabeça na última segunda, 14
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Os adolescentes que participam das manifestações da Marcha do Retorno têm sido vítimas constantes dos ataques das forças de repressão israelenses. Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, seus profissionais atenderam a pelo menos 100 adolescentes só nesta semana na fronteira da Faixa de Gaza.
A menina Wissal Al Sheikl Khalil, de 15 anos, é a vítima mais recente. Morreu após der baleada na cabeça na última segunda, 14. Moradora do campo de refugiados de Maghazi, em Gaza, foi atingida por disparos quando levava água para outros adolescentes que participavam das manifestações.
A mãe dela conta que a filha parecia pressentir a morte. No jantar do domingo, um dia antes da manifestação que lhe tiraria a vida, Wissal disse para as irmãs que talvez aquela fosse a última refeição que fariam juntas. E insistiu em cantar para a mãe uma música que estava preparando para oferecer no aniversário dela, que acontece no final de maio.
Antes de sair para o ato, a garota ainda entregou para as irmãs mais novas as economias que conseguira juntar, cerca de um dólar. A mãe tentou convencê-la a não ir ao protesto, mas ela chorou e disse que tinha ido a todos os anteriores e que queria ir a esse também.
Ela conta que a filha acreditava que era possível cruzar a fronteira e retornar a Sawafir, território de onde seus avós foram expulsos por israelenses em 1948. Não conseguiu. O impacto do tiro dilacerou seu crânio. Ela é uma das 116 vítimas fatais que Israel provocou desde o dia 30 de março, quando começou a Grande Marcha do Retorno.
Além das mortes provocadas pelos soldados sionistas, muitos adolescentes têm ficado inválidos. Vários deles tiveram pelo menos uma das pernas amputadas após serem atingidos por tiros nas articulações.
A Turquia sediou nesta sexta, 18, uma reunião extraordinária da cúpula islâmica, em Istambul, para protestar contra os massacres promovidos por Israel e a mudança da Embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém. Após o encontro, o presidente Recep Tayyip Erdoğan foi para a praça Yeni Kapi se reunir a milhares de manifestantes que participavam do protesto em solidariedade a Palestina.
Com informações da Quds News, Arab 48 e Middle East Monitor
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