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“Aguardamos uma nova era”: Hamas sinaliza desejo de fortalecer relações com lideranças de Reino Unido e Rússia

Em meio à instabilidade política global, o Movimento de Resistência Islâmica tem buscado estreitar laços com lideranças da política europeia, de Charles III a Vladimir Putin.

A Europa vive dias intranquilos. A guerra na Ucrânia e a crise política e econômica da região tem acelerado o passo da dança das cadeiras na política do Velho Continente. A este cenário de incertezas, somou-se o falecimento de Elizabeth II, chefe de Estado do Reino Unido e Commonwealth por 70 de seus 96 anos de vida. 

 

Se este cenário pode parecer preocupante para alguns, para o Movimento de Resistência Islâmica da Palestina, Hamas, estas mudanças representam novas oportunidades para o avanço da causa palestina.

 

Charles III e a possibilidade de diálogo com o Reino Unido 

 

“Aguardamos uma nova era à luz da ascensão do rei Charles III ao trono”, declarou Basem Naim, chefe do Departamento de Política e Relações Exteriores do Hamas sobre o novo mandatário do Reino Unido, no dia 8 de setembro. Naim acredita que o reinado de Charles poderá trazer “a reparação da injustiça histórica feita aos palestinos devido à Declaração Balfour e às políticas injustas do Mandato Britânico”. 

 

“Aguardamos isso especialmente à luz do que se sabe sobre o novo rei como conhecedor da região, respeito pelos árabes e sua identidade cultural e um grande apreço pela religião do Islã e suas contribuições civilizacionais.” 

 

A sinalização de esperança no reinado de Charles ocorre em contraponto à nomeação da conservadora Liz Truss, nova primeira-ministra do Reino Unido. O Reino Unido trocou, na mesma semana, de Chefes de Estado e de Governo. O último ato público de Elizabeth II foi a nomeação da substituta de Boris Johnson.Segundo análise do jornalista israelense Anshel Pfeffer, do Haaretz, Truss provavelmente liderará o gabinete mais pró-Israel a governar a ilha britânica. 

 

A Rússia: foco das relações políticas do Hamas na Europa

 

Mas a mais significativa das movimentações do Hamas na Europa está no aprofundamento de suas relações com a Rússia. Ismail Haniyeh, líder político do Movimento, viajou a Moscou à frente de uma importante delegação do Hamas. A delegação de líderes do movimento, que chegou à Rússia no dia 10 de setembro, incluiu Sheikh Saleh al-Arouri, vice-chefe do movimento, e membros do Birô Político, Dr. Musa Abu Marzouk e Dr. Maher Salah.

 

Taher Al-Nono, assessor de mídia do líder do movimento, disse que esta visita, a convite do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, durará vários dias e visa discutir as perspectivas de relações bilaterais a serviço da causa palestina.

 

Ele acrescentou: "Esta visita ocorre em um momento muito importante na região e no mundo, pois serão discutidos os desenvolvimentos e mudanças internacionais relacionados à região e seus efeitos na causa palestina, elogiando ao mesmo tempo a relação com a Rússia e seus posições sobre a Palestina".

As relações entre Rússia e Israel eram amistosas desde o golpe que levou ao fim da União Soviética, em 1991. Porém, a guerra na Ucrânia precipitou um afastamento entre os países, uma vez que Israel tem se posicionado ao lado de seus aliados da OTAN no conflito.

Embora não defenda a causa palestina com o vigor de seu passado soviético, a Rússia tem representado um contraponto à hegemonia dos Estados Unidos e da OTAN, aliados de Israel. Por isso, o encontro de líderes do Hamas com o governo do Kremlin tem o potencial de fortaler a causa palestina.

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