Citibank e Arab Bank corta remessa de dinheiro para ONG palestina
Interrupção ocorreu após pressão de lobby de advogados britânicos pró-Israel
Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Advogados do Reino Unido que atuam em defesa de Israel anunciaram esta semana que o grupo conseguiu impedir que o Citibank e o Arab Bank parem de enviar doações para a ONG Defesa para Crianças da Palestina Internacional.
Em maio, o grupo escreveu à direção dos dois bancos destacando que a ONG mantém vínculos com grupos considerados terroristas por Israel e solicitou o corte na remessa de recursos para a entidade que cuida de crianças.
“Agora, esses bancos não fornecem mais serviços à ONG ligada ao terror”, afirma trecho do texto do grupo de advogados comemorando o corte no repasse de recursos.
A UKFLI, sigla em inglês de Advogados do Reino Unido para Israel, elogiou a atitude dos dois bancos e acusou a Frente Popular para a Libertação da Palestina e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) de estarem vinculadas à ONG.
A entidade fornece assistência jurídica gratuita às crianças palestinas presas pelos soldados israelenses, além de documentar as violações aos direitos humanos praticadas pelos militares nos territórios ocupados.
Estabelecida há mais de 20 anos, a organização possui status consultivo no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, na UNICEF, UNESCO e no Conselho da Europa.
O grupo também é membro da campanha BDS (Boicote, Desinvestimentos e Sanções), que protesta contra a ocupação da Palestina de forma não violenta.
Esta não é a primeira vez que organizações fora de Israel conseguem derrubar apoios a projetos nos territórios ocupados da Palestina, alegando que as instituições apoiam o terrorismo.
Em novembro do ano passado, o Ministério das Relações Exteriores da Bélgica anunciou que suspendeu o financiamento para uma escola na Cisjordânia ocupada, depois que o nome do estabelecimento foi mudado para homenagear um combatente da resistência palestina.
Alguns meses antes, em agosto, a Suíça já havia revelado que parara de financiar outra ONG palestina depois que a organização forneceu fundos para o Comitê Técnico de Assuntos da Mulher, um grupo que apoia a campanha BDS.
Os grupos lobistas pró-Israel trabalham no convencimento de políticos e empresários para impedir qualquer apoio a iniciativas de resistência palestina, como o movimento BDS. Tudo é classificado como o terrorismo.
Em maio do ano passado, Israel também pressionou o governo dinamarquês para suspender o apoio e financiamento a grupos que defendiam o boicote aos bens israelenses.
Com informações do Middle East Monitor
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