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Decálogo: Por que celebrar acordos/parcerias com instituições israelenses é tornar-se cúmplice dos crimes contra humanidade praticados por Israel?

Por Berenice Bento

Em qual país do mundo crianças são presas e julgadas por tribunais militares, em uma língua que não conhecem? Em Israel. Atualmente, contrariando leis internacionais, são 160 crianças palestinas nos cárceres israelenses (http://www.addameer.org/).

Cerca de oito milhões de palestinos/as (espalhados/as em 59 campos de refugiados e pelo mundo) demandam o direito de retorno, nos termos da Resolução 194/1948 da ONU. Israel nega-se a cumprir esta Resolução e dezenas de outras Resoluções da ONU.
Quais são as fronteiras de Israel? Não há. Cerca de 600 mil colonos judeus/judias, sob a proteção do Estado de Israel, estão em terras palestinas. Esqueçam os Acordos de Oslo ou de exigir qualquer cumprimento de Leis e Acordos Internacionais a Israel.
1948: primeira etapa da grande limpeza étnica promovido por Israel. Quase 800 mil palestinos/as foram expulsos de suas terras, seguindo de dezenas de massacres (vide o livro: A limpeza étnica da Palestina, do Historiador Ilan Pappé).
As técnicas de matar e reprimir populações são, talvez, um dos principais produtos de exportação de Israel. Das manifestações do Chile, Estados Unidos ao Brasil, ali estão as digitais do Estado de Israel nos corpos mutilados (atirar nos olhos e nos joelhos). A assinatura de Israel é reconhecida: morte, massacre, repressão. Há muito tempo os/as palestinos/as não podem respirar.
Alguém se lembra de qual foi o primeiro pais que Bolsonaro visitou? Israel. E por quê? PORQUE PRECISAMOS TRAZER AS TECNOLOGIAS AVANÇADAS DE ISRAEL PARA O BRASIL, disse o presidente.
As universidades israelenses são braços e pernas de sustentação das pesquisas tecnológicas voltadas para as necropolíticas do Estado de Israel.

Mas, afinal, o que eu tenho a ver com isso?.

 

Em 2018 o Knesset (parlamento israelense) aprovou a Lei Básica (Israel não tem Constituição) que define Israel como Estado-Nação dos/das judeu/judias. Aprovou-se legalmente (o que já existia na prática há décadas) o apartheid contra todos/as que não são judeus/judias, mesmo que tenham nascido em Israel.

Para o historiador israelense Zeev Sternhell, "fica claro como cresce, sob nossos olhos, não um mero fascismo local, mas um racismo próximo ao nazismo em seus primórdios". https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/sem-categoria/53067/zeev-sternhell-em-israel-cresce-um-racismo-proximo-do-nazismo-em-seus-primordios)

Ora, o que a UnB tem com isso, Sr. Zeev?

 

10) O Tribunal Penal Internacional (TPI), começou o processo de investigação contra Israel por seus crimes de guerra nos territórios palestinos. No massacre de 2014 Israel matou 2.251 palestinos/as a maioria civis (desse total, 550 eram crianças). Israel perdeu 74 vidas, quase todos militares. A TPI também examinará a violência perto da fronteira entre Israel e Gaza em 2018. (ONU News. https://news.un.org/pt/story/2015/03/1506391-ocha-2014-foi-arrasador-para-palestinos-nos-territorios-ocupados.)

 

E que nós temos a ver com isso? Vamos esquecer essas bobagens e discutir "as muitas possibilidades de cooperação, entre elas, o fortalecimento da relação com empresas israelenses, por meio de nosso Parque Científico e Tecnológico" (Reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, em seu perfil no Instagram).

 

 

EM DEFESA DO BOICOTE ACADÊMICO A ISRAEL

 


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Berenice Bento
Departamento de Sociologia/UnB - Professora Associada
Pesquisadora 1D do CNPq (CV: http://lattes.cnpq.br/9597756345795906)
https://berenicebento.com/
Canal no YouTube: Berenice Bento

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