Discurso Ahmed Shehada - Sessão Solene
Plenário - Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino - Homenagem - 05/12/19
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados.
Prezados integrantes da Mesa dos Trabalhos.
Senhores embaixadores e representantes diplomáticos aqui presentes.
Senhoras e Senhores, bom dia.
Antes de nada quero agradecer essa Casa do povo brasileiro, agradecer e parabenizar ao presidente da Câmara dos Deputados, senhor Rodrigo Maia, que enviou uma importante e animadora mensagem que nos enche de otimismo, onde diz que a Câmara vai se empenhar para que o Brasil compra a sua Constituição e mantenha sua tradição diplomática em ajudar o povo palestino.
Hoje nos reunimos nesta casa do povo Brasileiro, para comemorar o Dia Internacional da Solidariedade com o povo Palestino e recordar a necessidade de transformar as palavras em ações em várias formas de solidariedade para permitir que o povo palestino recupere seus legítimos direitos roubados pelos bandidos e seus apoiadores. Nesse contexto, e para incorporar o apoio, hoje comemoramos o lançamento da frente parlamentar para apoiar o povo palestino.
O Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é uma ocasião adotada em 1977, e organizada pelas Nações Unidas, ocorre na sede das Nações Unidas em Nova York e em seus escritórios em Genebra e Viena. O mundo comemora o Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino 29 de novembro de cada ano, uma ocasião para destacar o flagelo da sinistra “resolução de partição”, que resultou e esta sendo resultando sofrimento do povo palestino, expulso e deslocamento, roubo e massacres na maior injustiça humanitária que a história moderna registou.
À pedido das autoridades do mandato britânico, em 29 de novembro de 1947, as Nações Unidas emitiram uma decisão ameaçadora de dividir a Palestina entre sionistas da Europa e a população indígena do país.
Os árabes palestinos rejeitaram o plano de partição, porque ele dá parte de sua pátria histórica a um grupo de imigrantes، que não aceitam coexistência principalmente do Ocidente, para escapar das guerras e da opressão europeias.
Ao fim de século 19 o número dos judeus chegou a 25.000 em 1881, de acordo com estatísticas oficiais da Agência Judaica. Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, a Palestina tinha apenas 60.000 judeus, 39.000 dos quais eram de origem árabe otomana,. A maioria dos 600.000 judeus que estavam em Palestina no dia de fundação da entidade usurpadora eram novos imigrantes, vindos do flagelo das guerras da Europa.
Os sionistas concordaram com a partição, porque lhe confere automaticamente a legitimidade da existência e o reconhecimento internacional, o direito de estabelecer sua entidade.
O aniversário chega, e a entidade brutal sionista ao atacar o povo palestino através da limpeza étnica, matança, prisão, deslocamento e cerco sufocante, expandindo o círculo de assentamentos e confisco de terras e propriedades e a construção de assentamentos, e os locais sagrados palestinos, monumentos religiosos e culturais, que eles querem apagar.
O crime sionista, com cobertura e apoio incondicionais dos poderes da arrogância global, liderado pelos Estados Unidos da América, cujo presidente insistiu em baixar os termos do chamado "acordo do século", e o reconhecimento de Jerusalém como capital da entidade usurpadora, em flagrante desafio aos sentimentos de milhões de árabes e muçulmanos e aos humanistas e progressistas do mundo.
A solidariedade deve ir além das palavras. O povo palestino olha para nós e devemos aproveitar a oportunidade para enfrentar o sofrimento que o povo palestino está enfrentando. Não basta dizer que somos solidários com o povo palestino. A situação atual, de acordo com estatísticas de organizações humanitárias da ONU, mostra que 43% do povo palestino são refugiados, (apesar de que o numero real e muito mais). Existe claramente insegurança alimentar na Faixa de Gaza, sem mencionar a falta de água potável. As forças de ocupação israelense continuam a impor um bloqueio de terra e um bloqueio marítimo sob quase dois milhões pessoas por quase 13 anos, tornando-se o pior e mais longo castigo coletivamente na história recente.
O parlamento israelense Knesset, em fevereiro 2017, aprovou a chamada "Lei de Regularização", que visa legalizar retroativamente os assentamentos judaicos que foram construídos em terras e propriedades particulares palestinas.
Também aprovou uma lei racista criminosa, a "lei básica” ou “Lei do Estado Nação”, que define Israel como estado do povo judeu, e nega a relação do povo palestino à sua pátria histórica e ignora o seu direito à autodeterminação em seu estado, bem como as resoluções das Nações Unidas sobre a questão palestina, e os acordos assinados. Esta lei conduz inevitavelmente à criação de um estado racista, o estado de Apartheid, e elimina a solução de dois Estados.
Assim, nesta situação, o roubo de terras e propriedades, a anexação cotidiano das terras palestinas ao chamado Israel, e a aprovação da lei que define o Israel como um estado apenas para os judeus, e enquanto rejeitam um estado secular que inclui todos, o que resta? Minha pergunta para aqueles que apoiam essa entidade terrorista racista, é: Para onde vão os palestinos donos da terra, muçulmanos e cristãos?! Devem ser exterminados para satisfazer a doutrina extremista vista por algumas igrejas fanáticas, cujas ideologias equivalem ao grupo terrorista chamado estado islâmico?
Podemos dizer que o atual cenário palestino é que a Palestina, a pátria e o povo, com sua história, herança, identidade e entidade geopolítica, foi submetido a um massacre histórico e um roubo como nenhum outro no século 20 e ainda acontecendo no século 21.
A Assembleia Geral estabeleceu o Comitê (CEIRPP), COMISSÃO DA ONU SOBRE O EXERCÍCIO DOS DIREITOS INALIENÁVEIS DO POVO PALESTINO, em 1975, de acordo com a Resolução 3376, com o mandato de assessorar a Assembleia Geral em um programa que permitisse ao povo palestino exercer seus direitos inalienáveis, incluindo o direito à autodeterminação sem interferência externa, o direito à independência e soberania nacional e ao direito de retornar às suas casas e propriedades das quais foram deslocadas. O mandato do CEIRPP é renovado anualmente, desde que, mais recentemente, de acordo com a Resolução 73/18 da Assembleia Geral.
O povo palestino ao defender sua pátria e seus direitos usa todos os meios legais e garantidos pelo direito internacional e confirmados pela a carta das Nações Unidas e centenas resoluções da ONU. Ao usar esses direitos, os bandidos e seus apoiadores por motivos de fanatismo religioso ou pela ignorância, chamam as vítimas de terroristas! O terrorista verdadeiro é aquele que rouba as terras e mata as crianças, e também aqueles que os apoia.
Hoje, quando lançamos nesta Sessão Solene a Frente Parlamentar em Defesa do Povo Palestino, esperamos que as palavras sejam transformadas em ações, e que seja o guardião da Constituição brasileira, de tradição pacifica na politica externa, que faz o governo respeitar a Lei Internacional, e as Resoluções da ONU.
A Comunidade Internacional deve investigar as atividades de colonialismo e assentamentos, incluindo as atividades comerciais de empresas e instituições que apoiam as atividades de assentamentos. Advertindo que era perigoso e imoral para o Brasil seguir o exemplo dos Estados Unidos no que diz respeito ao conflito árabe-israelense, pois isso viola as leis internacionais, a Constituição brasileira, em particular o seu artigo 4º, bem como seus sérios danos à relação do Brasil com os povos da região em geral e o povo palestino em particular.
Olhamos pra essa estimada Casa do Povo brasileiro, a fim de prosseguir os esforços e desempenhar um papel político e diplomático ativo que impedirá a ocupação de prosseguir os crimes contra palestinos.
Esperamos que este Parlamento adote um conjunto de medidas e passos que contribuam para a supressão da ocupação e o seu sentido de que está acima da lei e da responsabilização.
Lidar com Israel como um estado acima da lei, o encoraja a continuar a agir como um fora da lei. Chegou a hora de tomar medidas práticas que protejam o povo palestino e lhes permitam exercer seu direito à autodeterminação, liberdade e independência em seu território ocupado.
Apoiar Israel significa que você também viola a Lei Internacional e que segue o oposto da maioria dos países do mundo. Isso também significa que você apoia a limpeza étnica, o racismo e a matança de crianças. Isso é um crime e uma vergonha!
Apoiar a Palestina significa que você respeita a lei internacional e as resoluções da ONU, apoia os oprimidos, apoia o direito e luta contra o racismo. Isso é uma obrigação e uma honra!
Finalizando, trago as palavras do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua mensagem sobre esta ocasião neste ano: “Neste Dia Internacional da Solidariedade, reafirmamos nosso compromisso de defender os direitos do povo palestino”.
Espero que este seja o compromisso de todos nós!
Muito obrigado.
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