Ex-militar tenta expulsar universitário de palestra contra Palestina
André Lajst arrancou e amassou cartaz com denúncia sobre genocídio praticado por Israel das mãos de estudante
Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Um vídeo divulgado pela Frente Brasileira de Solidariedade com a Síria mostra o ex-militar das Forças Armadas israelense e colunista do jornal Tempo de Israel André Lajst arrancando um cartaz pró-Palestina das mãos do estudante de História da Universidade Federal do Amazonas Christoffer Rocha, na última terça-feira, 21, durante palestra na mesma Universidade.
O universitário segurava um cartaz denunciando o genocídio praticado por Israel contra o povo palestino. Nas imagens é possível ver Lajst chegando por trás do jovem e puxando o papel em que estava escrito: “Não é Guerra, trata-se de genocídio. Palestina Livre”, quando o rapaz conversava com a plateia.
Visivelmente alterado, Lajst amassa o papel e ainda ordena que o estudante da própria Universidade saia do auditório onde ele faz a palestra.
O Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Amazonas, do qual Rocha faz parte, denuncia que Lajst usa a desculpa de realizar palestras sobre o conflito palestino-israelense para fazer propaganda a favor de Israel.
Os universitários amazonenses se revoltaram com a artimanha e levaram cartazes para a palestra para denunciar o genocídio que está sendo realizado por Israel na Faixa de Gaza.
O ex-militar se irritou com a presença dos estudantes e partiu para cima. Nas redes sociais, posou de vítima e se mostrou cercado por policiais e guardas da universidade para dizer que necessitava de escolta para se proteger de agressões.
Lajst classificou os estudantes pró-Palestina como radicais da extrema esquerda.
Leia a seguir a nota divulgada pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do Amazonas sobre Lajst
“Quem é André Lajst?
Ex-militar das forças armadas de Israel, principal elemento na manutenção da ocupação da Palestina, André Lajst tem percorrido o Brasil para defender as políticas israelenses, com ênfase na crítica ao movimento mundial que pede Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) ao regime israelense, nos moldes do mesmo movimento que levou ao fim do regime segregacionista de Apartheid na África do Sul. Embora busque se apresentar como moderado e defensor da paz entre palestinos e israelenses, é fácil vê-lo, tanto em suas palestras como nas redes sociais, criticar violentamente os movimento palestinos, sua resistência à ocupação, bem como aos ativistas pró-Palestina, que acusa de serem da “esquerda radical”, chegando a acusá-los de fascistas.
Não bastasse, ele não faz uma só crítica à colonização ilegal da Palestina por extremistas judeus recém-chegados da Europa e de outros lugares, condenada por resoluções da ONU, inclusive de seu Conselho de Segurança. As políticas de segregação racial e de Apartheid, assim como de limpeza étnica, todas já constantes de documentos oficiais da ONU e de diversos organismos internacionais de direitos humanos, também são negligenciadas pelo ativista israelense.
Nascido em São Paulo, André Lajst mudou para Israel em 2006, onde estudou sobre o conflito árabe-israelense em uma universidade de Israel. Ele serviu ao exército de Israel por 2 anos e atuou como pesquisador na força aérea israelense, um dos principais elementos das tropas de ocupação dos territórios palestinos. Hoje, André Lajst mora em São Paulo, onde é diretor Executivo do StandWithUs Brasil, entidade pela qual viaja para propagar as políticas de Israel e distorcer a realidade sobre a ocupação da Palestina em território brasileiro.
Comitê de Solidaridade ao Povo Palestino do Amazonas”
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