Quarta Feira, 15 Janeiro 2025

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Gaza: Onde Memórias se Transformam em Feridas e a Dor em Pulsos de Vida

Longe do seu alcance, em um lugar que seus olhos não podem tocar, existe uma terra que você talvez não conheça como deveria. Você não precisa ir até lá para senti-la—não porque você nunca a viu, mas porque Gaza é mais do que isso

Longe do seu alcance, em um lugar que seus olhos não podem tocar, existe uma terra que você talvez não conheça como deveria. Você não precisa ir até lá para senti-la—não porque você nunca a viu, mas porque Gaza é mais do que isso; ela está profundamente dentro de você. Está em cada momento que passa pelo seu coração, muitas vezes sem ser percebida. Nos momentos em que você sorri sem motivo, você a encontra dentro de si. E nos momentos em que pensa estar distante, Gaza se aproxima ainda mais. Ela não é apenas um ponto no mapa.

Você já sentiu como se algo desconhecido estivesse pulsando em seu coração, algo que você não consegue rastrear até sua origem? Algo que se move dentro de você sem controle? Esse sentimento surge sempre que você pensa em Gaza ou quando se senta em silêncio e fecha os olhos. Você não a vê com os olhos, mas a sente profundamente. Não é uma sensação repentina, mas algo que entra suavemente, como um cheiro antigo e profundo—invisível, mas presente em cada canto da sua mente.

Quando ouve um som que o lembra de Gaza, pode se pegar respirando fundo sem perceber. Isso porque você sabe que algo mais profundo do que uma simples imagem ou história está alcançando você. Não é apenas a dor que sente, mas uma voz sussurrando dentro do seu subconsciente, oferecendo vislumbres da verdade. A verdade que muitas vezes ignoramos é que Gaza não é apenas uma batalha—é uma luta contra o tempo e contra a própria vida. A terra lá pulsa a cada momento, mas nunca permanece a mesma. Ela muda a cada segundo, como se estivesse inalando os suspiros trágicos do mundo, pulsando intensamente com cada respiração de uma criança e com cada mártir que cai.

Imagine, por um momento, estar sentado em silêncio e, de repente, surge a imagem dos olhos de uma criança em Gaza. Olhos ardendo de tristeza infinita sob um sorriso fraco, mas resistente. Não é estranho como essa imagem se infiltra em você sem ser percebida? Como essa criança, que você nunca conheceu, se torna parte de cada célula do seu corpo? Você os acompanha apesar da distância, respira seus sussurros apesar dos quilômetros. Você vê seus sorrisos guardados por Gaza, embora seja uma cidade construída de sangue e escombros.

Você pode não perceber, mas sua mente continua absorvendo cada pensamento, cada sentimento, como se estivesse imerso em uma onda invisível. Gaza, apesar do sangue, da morte e da destruição, permanece viva em cada batida do seu coração. Você já sentiu uma dor que não é sua? Uma dor que você não consegue explicar—uma dor que dilacera seu coração toda vez que pensa na Palestina? É uma dor que se infiltra nos seus cantos mais profundos, despertando emoções que você não consegue conter. E quanto mais você pensa, mais estranho se torna: Gaza se entrelaça em você como se você já fizesse parte dessa luta.

A culpa o acompanha a cada momento porque agora você é parte dessa memória. Não porque possa mudar o que está acontecendo, mas porque se pergunta como seu coração pode suportar todas essas imagens. Como você pode continuar o mesmo depois de ver aqueles rostos inocentes e aquelas pequenas mãos agarrando-se à vida, mesmo quando a própria vida os abandona?

Você já se perguntou por que essa dor nunca o deixa? Talvez você não perceba, mas essa dor já se instalou na sua mente, tornando-se sua companheira constante. As lágrimas que você vê, os rostos inesquecíveis, as crianças que só conheceram a paz em suas sepulturas… Uma dor que parece eterna. E cada vez que tenta limpar seu coração, Gaza volta a se infiltrar em você, aproximando-se mais e mais.

Você está pronto agora para viver tudo isso? Está pronto para ser parte da batalha que esse povo enfrenta? As imagens de Gaza, sempre que você as encontra, tornam-se parte de você. Não são apenas o que seus olhos veem, mas o que sua alma sente por dentro. Esse sentimento nunca desaparece, esse chamado que seu coração ouve. Você não o vê, mas o sente, como se o estivesse vivendo.

Neste mundo, Gaza é sua alma. É como se você travasse sua batalha sem armas ou barreiras—apenas com emoções profundas e dolorosas. Você agora entende que Gaza, apesar de tudo, ainda enche o seu coração? Depois de todas essas palavras, você pode esquecer? Não, você não esquecerá. Este momento ecoará dentro de você, e seu coração continuará a bater em sintonia com a terra de lá.

Khaled Darawsheh – Jordânia

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    postado por: Khaled Darawsheh
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