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Governo suíço retoma envio de recursos à UNRWA

O Ministério de Relações Exteriores da Suíça suspendeu o congelamento nos pagamentos de recursos à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), após cinco meses.

Em julho de 2019, Suíça e Holanda congelaram temporariamente o envio de recursos em resposta a uma investigação conduzida pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (ESSI) sobre alegações de má administração da agência humanitária.

Um relatório confidencial redigido pelo escritório de ética da UNRWA, alegando casos de assédio sexual e corrupção entre oficiais de alto escalão da agência, vazou à imprensa em julho deste ano. O documento incluía acusações contra a administração da UNRWA por “nepotismo, retaliação, discriminação e outros abusos de autoridade, para ganho pessoal, suprimir divergências legítimas, além de buscar objetivos particulares e prejudicar a credibilidade e os interesses da agência.”

Entretanto, no início de novembro, o Secretário-Geral da ONU António Guterres publicou uma declaração na qual afirmava que uma investigação interna das Nações Unidas não foi capaz de encontrar qualquer “fraude ou má apropriação de fundos operacionais.” Guterres acrescentou, entretanto, que há “problemas administrativos que precisam ser abordados.”

Na sexta-feira (20), o Ministério de Relações Exteriores da Suíça confirmou ao site Swissinfo.ch, plataforma de notícias e informações operada pela Corporação de Radiodifusão Suíça, que decidiu contribuir com US$ 713.360 (700.000 francos suíços) a projetos em desenvolvimento da UNRWA e outros US$ 2 milhões a programas de apoio emergencial na Síria e nos territórios palestinos ocupados.

A Suíça é doadora à agência humanitária desde sua criação, em 1949, e já dispôs uma totalidade de US$ 22.73 milhões antes de congelar os pagamentos.

Cortes súbitos e severos ao orçamento da UNRWA tiveram impacto direto na situação dos palestinos em campos de refugiados, em particular.

Em agosto de 2018, os Estados Unidos subitamente anunciaram o corte total dos recursos enviados à organização. Até então, tratava-se do maior doador em valores, com uma contribuição anual de US$ 360 milhões.

Desde a suspensão do envio de recursos por parte das autoridades americanas, diversos relatos emergiram sobre a deterioração das condições de vida nos campos de refugiados espalhados pelos países do Oriente Médio, como Líbano e Jordânia, além de Cisjordânia e Faixa de Gaza. A agência ainda luta contra uma grave crise financeira diante de uma campanha coordenada para que feche as portas, como parte dos esforços israelenses para remover o status de refugiado de milhões de palestinos.

No início de dezembro, o Ministério de Relações Exteriores da Holanda também informou sua decisão de retomar o envio de recursos à UNRWA e concordou em fornecer US$ 6.65 milhões adicionais para o orçamento de 2019.

A UNRWA foi estabelecida em dezembro de 1949 conforme a Resolução 302 da Assembleia Geral da ONU. Suas operações tiveram início em 1° de maio de 1950, a fim de fornecer apoio humanitário essencial aos refugiados palestinos, que então eram somente 1 milhão de pessoas.

Desde então, sua responsabilidade cresceu exponencialmente, a fim de cobrir as necessidades de mais de 5 milhões de refugiados espalhados por toda a Palestina ocupada e países vizinhos.

 

 
 
Fonte: Middle East Monitor

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