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Há cinco anos, início da criminosa agressão israelita a Gaza "Operação Margem Protetora"

No dia 8 de Julho, há cinco anos, Israel lançou uma das suas mais mortíferas ofensivas militares contra a Faixa de Gaza, que designou por "Operação Margem Protetora". A agressão causou 2251 mortos, 500 dos quais crianças, e mais de 11 000 feridos, segundo fontes palestinas e da ONU

Nas primeiras 48 horas da operação, Israel lançou 400 toneladas de bombas sobre Gaza. Nas semanas seguintes, lançou cerca de 6000 ataques aéreos sobre o minúsculo território palestino, de apenas 365 km2.

Os bombardeamentos causaram cerca de 500 000 deslocados dentro da Faixa de Gaza — encurralados numa verdadeira prisão a céu aberto, os palestinos alvejados nem sequer tinham a possibilidade de fugir. Cerca de 300 000 civis foram forçados a procurar refúgio nas escolas da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, que constituem 70% da população do território. A eletricidade para os hospitais foi cortada, privando milhares de pessoas de assistência médica básica.

Os rockets que o Hamas, movimento que administra o pequeno enclave costeiro, em resposta disparou contra Israel poucos danos causaram, ainda que, por falta de sistemas de orientação precisos, tenham atingido alguns alvos não militares. Ao invés, Israel usou o seu arsenal de alta precisão e potência, financiado pelos EUA, para atacar deliberadamente zonas civis, sob o estafado pretexto de que militantes armados se escondiam em casas, escolas e hospitais.

O número de  baixas de parte a parte é bem revelador da desproporção dos meios: 2251 mortos palestinos, 67 soldados e seis civis israelitas.

O exército israelita também lançou uma invasão terrestre limitada, concentrando-se na destruição de túneis, que eram essenciais para a entrada de bens necessários à sobrevivência da população sitiada.

Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre o fim das hostilidades em 26 de Agosto: a agressão tinha durado 51 dias.

Além do trágico saldo de mortos e feridos, esta agressão traduziu-se para os habitantes da Faixa de Gaza em pesadas destruições materiais: pelo menos 20 000 edifícios foram destruídos pelos bombardeamentos israelitas, reduzidos a escombros ou tornados inabitáveis, incluindo mesquitas, igrejas, hospitais e escolas. Uma parte considerável das infra-estruturas da rede de água foram significativamente afetadas. Em 2015 a ONU afirmou que Israel cometeu crimes de guerra durante a ofensiva por ter alvejado áreas civis.

Cinco anos depois, apenas uma pequena parte da reconstrução planeada foi concluída: por falta de fundos (o Comissário-Geral da UNRWA pediu uma ajuda internacional de 295 milhões de dólares para as operações de recuperação), mas também porque Israel continua a obstaculizar a entrada na Faixa de Gaza sos necessários materiais de construção.

Cinco anos depois da «Operação Margem Protetora», os dois milhões de palestinos da Faixa de Gaza continuam sujeitos às dramáticas consequências humanitárias do criminoso bloqueio por terra, mar e ar, que se prolonga há mais de 12 anos. E a brutalidade israelita também não se interrompeu: além das vítimas dos repetidos ataques aéreos, só a sangrenta repressão dos protestos da Grande Marcha de Retorno, desde 30 de Março de 2018, já causou mais de 200 mortos, incluindo crianças, pessoal médico e jornalistas. 

 

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