Hamas afirma que Grande Marcha pelo Direito de Retorno será pacífica
Para Khalil Al-Hayya, a volta dos palestinos à terra natal é um direito inalienável
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
O Hamas informou nesta terça-feira, 27, que a Grande Marcha pelo Direito de Retorno do povo palestino será pacífica. Khalil Al-Hayya, dirigente do partido, advertiu as forças de ocupação israelense que a manifestação terá homens, mulheres, crianças e idosos reivindicando que os palestinos possam voltar à terra natal.
Al-Hayya enfatizou que o direito de retorno dos palestinos é um direito inalienável, previsto inclusive no direito internacional por meio de resoluções e convenções. O diretor geral da UNRWA na Faixa de Gaza, Matthias Shamali, já declarou seu apoio a manifestação. "Apoiamos o direito dos palestinos à manifestação pacífica na Grande Marcha", declarou o representante da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.
Em 1948, os sionistas israelenses expulsaram milhares de palestinos de suas terras. O episódio ficou conhecido na História como Nakba, que significa catástrofe em árabe. Milhares de palestinos foram mortos e aproximadamente oitocentos mil foram expulsos do país para que suas terras fossem repassadas para colonos sionistas.
De lá pra cá, os palestinos continuaram a ser sistematicamente massacrados e expulsos de suas terras e residências por Israel. A Guerra dos Seis Dias, em 1967, é outro episódio condenado, inclusive, pela ONU, a Organização das Nações Unidas. Nesse ataque, Israel se apossou de novos territórios da Cisjordânia, como o setor oriental de Jerusalém.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o dirigente do Hamas.
Qual a mensagem do Hamas para o mundo sobre a marcha pelo direito de retorno?
Enfatizamos que é uma manifestação pacífica e que vamos participar do ato com nossas esposas e filhos. Queremos ficar nas fronteiras de nossas terras ocupadas. Não vamos levar armas, para transmitir nossa mensagem ao mundo. E alertamos os sionistas para que não ataquem multidões desarmadas e pacíficas. Nessa marcha vão estar crianças e idosos.
Qual sua mensagem para os palestinos que estão dispersos pelo mundo?
A primeira mensagem é que tivemos nossa pátria roubada, de onde fomos deslocados há 70 anos. E que, desde então, temos vivido privação, falta de moradia, miséria e perdas. Portanto, nunca cederemos nossa terra que foi irrigada com o sangue de nossos pais e avós. E que retornaremos a esta terra. Todas as leis internacionais, convenções e resoluções da ONU reconhecem nosso direito de retornar à nossa terra natal.
A segunda mensagem é que nós, palestinos em Gaza, estamos vivendo há 11 anos sob um cerco israelense, que causou privação, pobreza, falta de comida e remédios. Responsabilizamos Israel por esse cerco e pedimos que isso acabe, para permitir que o povo de Gaza viva seguro em suas casas. A terceira mensagem, no Dia da Terra, é que continuamos arraigados a nossa terra.
E qual sua mensagem para a ocupação sionista de Israel?
Temos lutado por uma causa política justa, apoiada por todas as leis e convenções internacionais. Além disso, nossa causa é apoiada por todas as pessoas comprometidas com a liberdade em todo o mundo. Nós, o povo palestino, buscamos a libertação da ocupação sionista. Queremos que a ocupação saia de nossa terra, para que possamos retornar para ela. Queremos viver em paz e segurança. É nosso direito natural, humanitário e político.
Não importa quanto tempo a ocupação permaneça em nossa terra. Ela sairá no final, apesar de todo o aparato militar e apoio estadunidense que possui. Nosso direito à terra palestina é inalienável. E nós somos persistentes no direito de retornar e de reestabelecermos nosso Estado independente.
Com informações do site do Hamas
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