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Israel destrói casa de família de palestino acusado de matar militar israelita

O exército israelita demoliu uma residência familiar em retaliação pela morte de um sargento israelita. Trata-se de uma cruel e vergonhosa forma de punição colectiva

Israel acusa Islam Abu Hmeid de ter atirado do telhado um bloco de mármore de 18 quilos que provocou a morte de um sargento israelita das forças especiais, durante uma incursão em Maio para efectuar detenções. O edifício de quatro pisos é propriedade de Latifa Abu Hmeid, mãe de Islam, e está localizado no campo de refugiados de Amari, perto da cidade de Ramala, na Cisjordânia ocupada.

Setecentos soldados israelitas invadiram o campo de Amari na madrugada de sábado, 15 de Dezembro, cercaram a casa e expulsaram do seu interior dezenas de jornalistas e activistas solidários que tentavam impedir a destruição. A casa foi depois demolida com uma explosão.

Várias centenas de residentes do campo, incluindo crianças, foram obrigados a evacuar as suas casas e a permanecer durante horas num campo desportivo, apesar do frio da noite, enquanto decorria a operação do exército de ocupação.

Após a demolição, as tropas israelitas retiraram, não sem antes reprimir os protestos dos moradores locais com granadas de gás lacrimogéneo, balas de aço revestidas de borracha e munições reais. Pelo menos 56 palestinos ficaram feridos.

Seis dos 12 filhos de Latifa Abu Hmeid, incluindo Islam, estão actualmente nas prisões israelitas, quatro deles cumprindo penas de prisão perpétua. Outro filho foi morto pelas forças israelitas em 1994. Os quatro filhos condenados a prisão perpétua foram condenados pela morte de soldados israelitas durante a primeira Intifada (iniciada em 1987) ou a segunda (no início dos anos 2000).

«Todos os meus filhos foram presos em algum momento devido à sua resistência», afirmou Latifa Abu Hmeid. «Já nem sei quantas vezes a nossa casa foi invadida pelos israelitas e quantas vezes eles nos bateram e nos tentaram humilhar. … Visito as cadeias israelitas há 35 anos. Não há uma prisão que eu não tenha visitado. … Podem chamar-lhes terroristas, mas orgulho-me deles por defenderem o seu país. Os terroristas são os israelitas que invadiram e ocuparam a nossa terra. Os meus filhos e todos na Palestina têm o direito de resistir aos seus opressores.»

Esta foi a terceira vez que Israel demoliu a casa da família Abu Hmeid em retaliação pela participação na resistência à ocupação israelita. A primeira foi em 1994 e a segunda em 2004.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deu instruções no sentido de reconstruir a casa de da família Abu Hmeid. Por seu lado, Saeb Erekat, secretário-geral do Comité Executivo da OLP, condenou este «crime de guerra do governo da autoridade de ocupação», acrescentando que «Benjamin Netanyahu é totalmente responsável, com o seu governo, pelos crimes de guerra cometidos contra o povo palestino».

Numa política de vingança e punição colectiva contra o povo palestino, Israel tem por norma demolir as casas das famílias de palestinos acusados de ataques a israelitas. Como refere a organização israelita B'Tselem (Centro de Informação para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), «quem suporta o ónus das demolições (punitivas) são parentes — incluindo mulheres, idosos e crianças — que Israel não suspeita de envolvimento em qualquer delito».

Nova demolição anunciada

Segundo informa a agência palestina Ma'an, este domingo as forças de ocupação israelitas entregaram um aviso de demolição à família de Khalil Jabbarin, de 16 anos, da localidade de Yatta, no distrito de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada.

Khalil Jabbarin foi ferido a tiro e aprisionado pelas forças sionistas em Setembro, depois de alegadamente ter matado um colono israelita num ataque por esfaqueamento.

                         

                              

 

Fonte: Movimento pelos Direitos do povo palestino e pela paz no Médio Oriente

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