Israel impede delegação do Parlamento Europeu de entrar em Gaza
Para chefe da delegação europeia, Israel tem medo e vergonha que deputados vejam situação caótica imposta pelo bloqueio
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Uma delegação do Parlamento Europeu foi proibida pelo governo de Israel de visitar a Faixa de Gaza, nesta quinta-feira, 20.
Esta não é a primeira vez que as autoridades israelenses impedem deputados europeus de entrarem em Gaza.
Desde 2011, o governo sionista negou reiteradas vezes o acesso aos representantes do Parlamento Europeu ao território palestino. A última delas ocorreu no ano passado.
Os deputados queriam verificar a gravidade dos impactos provocados pelo cerco a Gaza imposto por Israel e constatar suas consequências na vida população palestina que mora na região.
“Monitorar a situação humanitária provocada por mais de uma década de bloqueio”, ressalta trecho da nota divulgada pelo grupo europeu.
A delegação explica que havia solicitado permissão para entrar na Faixa de Gaza e que a visita fazia parte de uma missão de três dias aos territórios palestinos.
"A delegação do Parlamento Europeu começou seu trabalho em Jerusalém Oriental e em cidades da Cisjordânia ocupada na terça-feira, e estava programada uma visita a Gaza na quinta-feira", explica a nota divulgada.
“Negar a entrada de representantes do Parlamento Europeu em Gaza tornou-se sistemático (por parte Israel). É arbitrário e inaceitável ”, critica o presidente da delegação, o cipriota Neoklis Sylikiotis, um dos líderes do bloco de esquerda no Parlamento Europeu.
Para Sylikiotis, Israel tem medo e vergonha de os parlamentares europeus constarem a situação caótica a que a população palestina é submetida pelo bloqueio israelense imposto a Gaza.
“Acesso insuficiente a necessidades básicas, como água potável, alimentos, moradia, escolas e serviços de saúde”, são algumas das consequências dessa política israelense diz outro trecho da nota.
O parlamento palestino também condenou a proibição de Israel à entrada da delegação do Parlamento Europeu na Faixa de Gaza, oportunidade em que os parlamentares poderia conhecer in loco os projetos financiados pela União Europeia.
Sylikiotis conclamou a comunidade internacional a pressionar Israel para acabar com o bloqueio que já ultrapassa uma década.
O governo espanhol anunciou que pretende pressionar a União Europeia a reconhecer o Estado palestino independente.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, afirmou que seu governo apresentará uma moção no Parlamento Europeu para esse reconhecimento.
Se a medida fracassar, o governo liderado pelo primeiro-ministro, Pedro Sánchez, fará o reconhecimento em nome da Espanha.
Com informações do Middle East Monitor, da Palestina News e Telesur
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