Israel prendeu 900 palestinos em Jerusalém durante o primeiro semestre de 2019
O Centro de Estudos dos Presos Palestinos (PCHR) confirmou que houve um aumento significativo no número de prisões que Israel realizou contra palestinos em Jerusalém desde o início deste ano, monitorando mais de 900 casos de prisões ao redor da Cidade Santa
O porta-voz da mídia do centro, pesquisador Riyad Al-Ashqar, disse que só as prisões em Jerusalém constituem um terço das detenções totais nos territórios palestinos ocupados (OTP, na sigla em inglês) durante o primeiro semestre do ano. O total chegou a 2.600 casos de detenção, indicando um claro alvo nos habitantes de Jerusalém, a fim de dissuadi-los de proteger os locais sagrados e de defender a mesquita de Al-Aqsa.
Al-Ashqar declarou que a maior campanha de detenção contra os habitantes de Jerusalém ocorreu em fevereiro, quando o Golden Gate (Bab Al-Rahma) foi aberto aos fiéis. Dezenas de pessoas foram presas, incluindo líderes nacionais e clérigos, a saber, o xeque Abdul Azim Salhab, chefe do Conselho Awqaf de Jerusalém e seu vice, Najeh Bkerat. O xeque Raed Dana foi removido da Al-Aqsa por seis meses e o diretor da Sociedade dos Presos da Palestina (PPS, na sigla em inglês) em Jerusalém, Nasser Qaws, foi preso.
Al-Ashqar também destacou que as prisões visaram diferentes grupos de moradores de Jerusalém em todas as aldeias, cidades e bairros da cidade. Al-Issawiya foi o mais afetado por estas prisões – totalizando 295 – seguido por 130 em Shu’afat, 120 em Silwan, 105 na Cidade Velha e 65 no complexo de Al-Aqsa.
Prisões de criança
Al-Ashqar também apontou que as detenções de crianças em Jerusalém totalizaram 300 casos – um terço das detenções desde o início de 2019 – entre as quais havia mais de 17 crianças menores de 12 anos.
Entre os detidos estava Ali Taha, um jovem de 16 anos que foi morto a tiros por forças israelenses num bloqueio fora do campo de refugiados de Shu’afat. Ele foi preso, arrastado pelo chão e têve negado tratamento médico. Mohammed Issam Al-Qawasmi, de 15 anos, foi baleado nas costas por Mista’arvim (forças israelenses disfarçadas) no mesmo campo. Ele foi gravemente ferido e está atualmente em tratamento enquanto é mantido algemado ao leito do hospital.
Israel não apenas ordenou que crianças de Jerusalém fossem presas, mas também as sujeitou a prisão domiciliar, que estipula que a criança deve ficar dentro de casa por certos períodos de tempo. Assim, a criança é proibida de sair de casa, mesmo para tratamento ou estudo. Outras crianças foram expulsas de suas casas e tiveram que pagar multas pesadas depois de passarem pelos tribunais israelenses. Eles foram condenadas a penas reais de prisão, acompanhadas de multa ou fiança em troca de sua libertação.
Prisões de mulheres
Al-Ashqar acrescentou que as campanhas de Israel também visam mulheres, especialmente aquelas que ficam na Mesquita Al-Aqsa. O número de prisões entre mulheres e meninas em Jerusalém chegou a 43, incluindo menores de idade. A maioria foi libertada sob a condição de prisão domiciliar ou expulsão de Al-Aqsa.
Entre as mulheres detidas estava Ghadeer Al-Amouri, funcionária da Comissão de Assuntos dos Detidos. Ela foi libertada em troca de cinco dias de prisão domiciliar e multa pesada. Fatma Suleiman, de 19 anos, também foi presa depois que forças israelenses invadiram a casa de sua família; ela foi libertada horas depois em condição de prisão domiciliar. Enquanto isso, Magda Ahmed Askar, de 17 anos, foi presa depois que forças israelenses invadiram a casa de sua família.
Mulheres que ficam na Mesquita de Al-Aqsa também foram presas e convocadas, entre las Aya Abu Nab, Hanadi Halawani, Khadija Khois e Nazmiya Bkerat, uma funcionária da Seção de Manuscritos de Al-Aqsa. Hala Al-Sherif, do Portão de Damasco, foi presa por levantar a bandeira palestina durante uma marcha de colonos israelenses que levavam bandeiras israelenses.
Três mães dos presos foram detidas “imediatamente depois que deixaram a Mesquita Al-Aqsa e foram submetidas a uma investigação na delegacia de Qishla, na Cidade Velha de Jerusalém”, de acordo com o centro. Elas são Khouloud Al-A’war, mãe do detento Suhaib Al-A’war, Iman Al-A’war, mãe do detento Mohammed Al-A’war e Najah Awda.
Fuente: Middle East Monitor
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