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Israel repudia visita do presidente chileno à Mesquita de Al-Aqsa

O Ministério de Relações Exteriores de Israel expressou duras críticas ao presidente chileno Sebastián Piñera por visitar a Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém Oriental em “violação do protocolo e dos compromissos acordados,” segundo informações do jornal Haaretz

Nesta terça-feira (25), Piñera visitou Al-Aqsa acompanhado por oficiais palestinos. Segundo o ministério israelense as circunstâncias da visita divergem de um acordo prévio com o Chile. Os oficiais israelenses também reiteraram que “é preciso separar a plena liberdade de fé, a qual Israel absolutamente preserva, e a manutenção de nossa soberania sobre o Monte do Templo.” É comum que representantes internacionais coordenem suas visitas à Al-Aqsa com as autoridades israelenses.

Para os muçulmanos, Al-Aqsa representa o terceiro lugar mais sagrado após Mecca e Medina. Em contrapartida, os judeus referem-se à área como “Monte do Templo”, alegando que foi local de dois templos judaicos na antiguidade.

Al-Aqsa é administrada pelo Waqf islâmico (fundo de doações religiosas); a segurança do local, no entanto, fica sob jurisdição da polícia israelense. Recentemente, ocorreram ondas de agressões israelenses em Jerusalém, nas quais colonos frequentemente invadem a mesquita escoltados pelas autoridades israelenses. Além disso, a polícia de Israel cotidianamente impede o acesso dos palestinos ao local.

Israel ocupa ilegalmente Jerusalém Oriental, onde está localizada a Mesquita de Al-Aqsa, desde a chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em 1980, o estado judeu anexou a cidade inteira, ao alegar que Jerusalém é sua capital “eterna e indivisível,” movimento jamais reconhecido pela comunidade internacional.

É previsto que Piñera se reúna com o presidente israelense Reuven Rivlin e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta quarta-feira. Também está prevista uma visita ao presidente palestino Mahmoud Abbas, em Ramallah, na quinta-feira (27), antes de partir à tarde para a reunião do G-20 em Osaka, Japão.

O Chile possui fortes relações históricas com a Palestina e abriga a maior comunidade palestina fora do Oriente Médio, com cerca de 500.000 pessoas.

Em 2018, Abbas realizou uma visita oficial ao Chile. Na ocasião, disse Piñera: “A Palestina tem o direito e o apoio do Chile para ser um país livre, independente, soberano e autônomo, e o povo palestino tem o direito à autodeterminação.”

O Chile também endossou a resolução 67/19 das Nações Unidas, a qual atualiza o status da Palestina para estado observador não-signatário na ONU, além de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina desde janeiro de 2011.

 

Fonte: Middle East Monitor

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