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Kushner duvida que os palestinos se consigam governar a si próprios. Pompeo: ''acordo do século'' pode ser inaplicável

Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump, expressou dúvidas sobre a capacidade dos palestinos de se governarem a si próprios, numa entrevista televisiva transmitida no domingo dia 2 de Junho

Kushner é o arquitecto do plano de paz de Trump para o Médio Oriente, há muito anunciado mas ainda não revelado.

Na entrevista ao site noticioso Axios, quando interrogado sobre se acreditava que os palestinos são capazes de se governar sem a interferência de Israel, Kushner disse: ''Isso é uma coisa que teremos que ver. A esperança é que eles, com o tempo, se tornem capazes de governar.''

Ao ser-lhe perguntado se os palestinos poderiam esperar serem livres da interferência militare e governamental de Israel, respondeu que issso seria uma ''fasquia alta''.

Kushner evitou novamente dizer explicitamente se o plano incluiria uma solução de dois Estados. Em vez disso, declarou: ''Acho que eles deveriam ter autodeterminação. Vou deixar os pormenores até revelarmos o plano propriamente dito.''

Entretanto, a poucas semanas de uma conferência económica no Barém em que deveria ser revalada uma parte do ''acordo do século'', Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA (e ex-director da CIA), afirmou: ''Percebo porque é que se acha que este será um acordo de que só os israelitas poderiam gostar.''

Segundo revelou na sua edição de domingo o jornal Washington Post, Pompeo, falando numa reunião à porta fechada de líderes de organizações judaicas americanas na terça-feira passada, disse que o tão aguardado ''plano de paz'' da administração estado-unidense é ''possivelmente não executável''. O plano, disse ainda, pode não «ganhar força» e os seus críticos podem rejeitá-lo por não ser ''particularmente original''.

Desde que o plano foi anunciado, a administração do presidente Trump tomou um conjunto de medidas contra o povo palestino e alinhadas com o governo sionista: reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir para aí a sua embaixada; fechar a representação diplomática da OLP em Washington; cortar o financioamento à UNRWA, a agência de assistência aos refugiados palestinos; e ainda reconhecer a soberania israelita sobre os Montes Golã sírios ocupados.

A OLP rejeitou as manobras de Kushner como uma tentativa de suborno para que os palestinos aceitem a ocupação israelita da Cisjordânia, de que Israel se prepara para anexar uma grande parte, deixando os palestinos confinados em ''bantustões'' dispersos.

Todos os movimentos palestinos condenam o ''acordo do século'', que significaria a total abdicação dos direitos nacionais do povo palestino.

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