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Médico palestino atende filho baleado por soldado israelense

Jovem morreu dois meses após ter ficado tetraplégico durante manifestação contra transferência de Embaixada dos EUA

Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal

 

O sofrimento das famílias palestinas que perdem parentes executados pelas forças de repressão israelenses é enorme, mas a dor sofrida pelo médico Dahoud Shubaki é ainda maior. Ele perdeu o filho depois de ter cuidado dele por mais de dois meses, primeiro no Hospital Shifa, em Gaza, e depois no Hospital Mar Youssef, na Cisjordânia ocupada.

 

O jovem Sari Dahoud Al Shubaki, de 22 anos, que morreu no último dia 17, havia ficado tetraplégico ao ser baleado no pescoço por um soldado sionista na fronteira da Faixa de Gaza, no dia 14 de maio, durante as manifestações contra a transferência da Embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém.

 

Além dos cuidados intensivos, o doutor Shubaki depositava o afeto de pai na tentativa de recuperação do filho. Durante todo o tratamento, além dos medicamentos ele também injetava motivação com palavras de incentivo para que o jovem continuasse a lutar pela vida.

 

 

O médico conta que Sari inspirou cuidados desde seu nascimento. O menino conseguiu superar as adversidades logo após nascer. Ele nasceu com apenas seis meses e uma semana de gestação, pesando aproximadamente um quilo e duzentos gramas.

 

Por isso, o doutor Shubaki acreditava que o filho também poderia superar o sofrimento imposto pela bala disparada pelo militar israelense que lhe retirou os movimentos do corpo. No entanto, os ferimentos na medula foram fatais. Durante todo o período de internação, Sari tinha dificuldade até para respirar.

 

Shubaki começou a procurar pelo filho logo que soube que ele havia sido atingido por soldados. Encontrou-o em uma maca no corredor do hospital praticamente sem sangue. Para reestabelecer minimamente os sinais vitais de Sari, consumiu 12 bolsas de sangue na transfusão.

 

Todo o empenho e dedicação do pai médico, infelizmente não foram suficientes pra salvar a vida do jovem Sari Dahoud Al Shubaki.

 

 

Com informações da Quds Press

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