Militares israelenses prendem jornalista sob acusação de incitar violência
Ministro da Defesa já declarou que considera Al-Quds TV uma organização terrorista
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
O jornalista Ali Dar Ali, do canal Palestina TV, foi preso na manhã desta quarta, 15, por soldados israelense no norte da cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Ele foi acusado pelos militares de incitação à violência.
Na terça, 14, o jornalista transmitiu ao vivo soldados israelenses em ação em um campo de refugiados perto de Ramallah, no dia seguinte foi preso.
A Corporação Palestina de Radiodifusão protestou contra a prisão de Dar Ali. Segundo a organização, a medida pretende silenciar a voz palestina ao permitir que os militares israelenses cometam crimes sem serem denunciados.
Dar Ali é o sétimo jornalista palestino a ser preso ao longo das duas últimas semanas. Os palestinos consideram as prisões mais um ataque israelense contra sua imprensa.
O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, já havia declarado no início de julho que considera o canal Al-Quds TV (Jerusalém TV) uma organização terrorista.
De acordo com Avigdor, a emissora é um braço de propaganda do Hamas. A declaração coloca sob risco a equipe jornalistica, formada por 15 pessoas, de ser presa pelos soldados israelenses.
O coordenador do Comitê para a Proteção dos Jornalistas no Oriente Médio e Norte da África, Sherif Mansour, afirmou na semana passada que declarar um veículo de mídia como uma organização terrorista dá o tom para a mais recente repressão contra os jornalistas palestinos.
Essa não é a primeira vez que Israel tem como alvo veículos jornalísticos, gráficas e grupos de direitos humanos que denunciam as agressões contra a população palestina.
As autoridades israelenses também pressionam as redes sociais como Facebook e Twitter para fechar as contas de palestinos e ativistas de direitos humanos que defendem a causa palestina.
Com informações do Middle East Monitor
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