Moradores de Gaza participam do funeral de jornalista assassinado por Israel
Ahmed Abu Hussein foi baleado quando cobria a Marcha do Retorno no último dia 13
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Moradores de Gaza participaram nesta quinta, 26, do funeral do jornalista Ahmed Abu Hussein assassinado por soldados israelenses quando cobria a Marcha do Retorno, no último dia 13, na fronteira da Faixa de Gaza.
Ao ser atingido, o fotógrafo ficou em estado gravíssimo, mesmo assim as autoridades israelenses atrapalharam sua transferência para um hospital na Cisjordânia, onde teria mais recursos para ser atendido.
A remoção só foi permitida mais de 48 horas após Hussein ter sido baleado pelos soldados sionistas. E só ocorreu depois de esforços extenuantes de funcionários do governo palestino, segundo declarou, à época da transferência, o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Palestina, Nasser Abu Bakr.
Israel mantém um cerco ferrenho a Gaza há mais de 11 anos, impedindo que a população saia do território sem a autorização israelense nem mesmo para se dirigir a hospitais. O atendimento hospitalar na Faixa de Gaza também é dificultado porque o governo sionista tenta impedir até a entrada de medicamentos.
O sindicalista recorda que Israel também negou atendimento a Hussein em seus hospitais. Ele é o segundo jornalista a ser morto por soldados israelenses enquanto trabalhava na cobertura da Grande Marcha do Retorno. O fotógrafo palestino Yaser Murtaja foi assassinado pelas forças de repressão de Israel no último dia 6. Os dois usavam coletes que os identificavam como profissionais de imprensa quando foram baleados.
Nesta sexta-feira, 27, ocorre a quinta semana de protestos, que se estendem até o próximo dia 15 de maio, data dos 70 anos da Nakba (catástrofe em tradução do árabe), quando Israel expulsou aproximadamente 800 mil palestinos de suas terras e casas para assentar em seu lugar colonos israelenses.
O direito dos palestinos poderem retornar ao território ocupado por Israel é assegurado pela própria ONU (Organização das Nações Unidas). Mas os sionistas nunca respeitaram esse direito. Até mesmo os filhos e netos desses palestinos são impedidos de conhecerem a terra dos antepassados.
Com informações do Middle East Monitor
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