Nota de esclarecimento sobre o cidadão palestino preso pela PF a mando do Mossad e do FBI
Na sexta-feira, 21 de junho, a Polícia Federal deteve o cidadão palestino Muslim M. A Abuumar, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele estava acompanhado de sua esposa, grávida de sete meses, um filho de seis anos e a sogra, de 69 anos. No dia 13 de junho ele havia obtido visto para ficar no Brasil por 90 dias. Sua família, que tem cidadania da Malásia, não precisava de visto.
Nota de esclarecimento sobre o cidadão palestino preso pela PF a mando do Mossad e do FBI
Na sexta-feira, 21 de junho, a Polícia Federal deteve o cidadão palestino Muslim M. A Abuumar, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele estava acompanhado de sua esposa, grávida de sete meses, um filho de seis anos e a sogra, de 69 anos. No dia 13 de junho ele havia obtido visto para ficar no Brasil por 90 dias. Sua família, que tem cidadania da Malásia, não precisava de visto.
O palestino foi detido sob um pretexto absurdo. Segundo a Polícia Federal, ele faz parte de uma lista do FBI, a polícia federal dos EUA, com suspeitos de integrar “grupos terroristas”, a Terrorist Screening Center (TSC).
A PF afirmou que Abuumar queria que seu filho nascesse no Brasil para obter cidadania e assim permitir que a família imigrasse para o País, algo totalmente legal. Coincidentemente, essa argumentação é frequentemente usada contra imigrantes nos EUA. Com base nessa “investigação”, Muslim seria deportado sumariamente.
Diante de uma ação movida pelo IBRASPAL (Instituto Brasil-Palestina) e outras organizações de defesa da Palestina, a juíza federal Milenna Marjorie Fonseca da Cunha impediu a extradição de Muslim até que houvesse “melhor compreensão dos fatos” e deu 24 horas para a Polícia Federal fornecer mais informações.
A Polícia Federal atua a serviço de governos estrangeiros
O caso é absurdo em todos os sentidos. Primeiro, e mais importante, porque a Polícia Federal está atuando para aplicar determinações do governo norte-americano no Brasil. A lista do TSC não tem amparo na legislação brasileira. Ao utilizá-la como critério para impedir a entrada de um cidadão palestino no Brasil, a PF está atuando como sucursal do FBI.
Segundo, porque na legislação brasileira as organizações da resistência palestina não são consideradas terroristas. O mesmo vale para a ONU e a esmagadora maioria dos países do mundo. Apenas uma pequena minoria de países considera a resistência palestina como terrorista e são os mesmos que apoiam o genocídio que acontece em Gaza há mais de oito meses.
Terceiro, a PF está acusando Muslim de fazer parte de uma organização terrorista sem conduzir nenhum tipo de investigação. Ou seja, levaria em consideração não só a lei dos EUA, mas também a própria investigação norte-americana. Coloca-se assim, mais uma vez, como verdadeira fachada para a atuação do FBI no Brasil.
Quarto, os Estados Unidos da América não têm autoridade nenhuma para alegar que ninguém do mundo é terrorista. Eles são os principais aliados do regime sionista no genocídio que acontece na Faixa de Gaza. Eles fornecem as bombas, veículos, apoio econômico e político. Seria impossível para o regime sionista promover o genocídio em Gaza sem o apoio que recebe dos EUA. E isso é apenas uma das monstruosidades terroristas realizadas pelo governo norte-americano.
O Brasil é um país soberano e amigo da Palestina. O IBRASPAL, por meio dessa nota, que também é assinada por outras organizações, pede ao governo que atue imediatamente para acabar com essa ingerência dos EUA no País e que garanta os direitos de Muslim Abuumar, vítima de perseguição política apenas por ser palestino.
Brasília, 23 de junho de 2024.
Dr. Ahmed Shehada
Presidente do Instituto Brasil-Palestina- IBRASPAL
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