ONU afirma que Gaza vive crise humanitária sem precedentes
Bloqueio de mais de uma década imposto por Israel é a causa principal
Lúcia Rodrigues
Ibraspal
A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, segundo documento divulgado esta semana pela Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas). A principal causa é o bloqueio de mais de uma década imposto aos palestinos por Israel. A oposição do governo da Cisjordânia e as restrições impostas pelas autoridades egípcias para a população de Gaza poder sair do território pela passagem de Rafah também contribuem para agravar o problema.
Aproximadamente dois milhões de moradores são impactados diretamente por essas medidas. O acesso a água potável, por exemplo, está muito abaixo do mínimo recomendado pela OMC (Organização Mundial da Saúde).
Enquanto a organização de saúde prevê um mínimo de 100 litros diários per capita, em 2018 Gaza oscilou entre 71 e 73 litros. O acesso à eletricidade também é caótico. Este ano o fornecimento médio diário foi de seis horas em janeiro, cinco, em fevereiro e março e quatro, em abril.
Quando se trata do acesso a medicamentos, a situação é ainda mais crítica. Segundo o relatório do órgão da ONU, os estoques teriam suprimentos para menos de um mês.
A falta de medicamentos tem atingido diretamente os feridos pelas forças de repressão israelenses durante a Marcha do Retorno. O número de mortos aumentou para 121 esta semana. Mais três palestinos faleceram entre ontem e hoje. Muhannad Baker Abu Tahoun, 21, anos, e Ahmed Ali Mustafa Qatoush, 23 anos, morreram nesta quinta, 24, e Sami Saad Al Din Habib, 24 anos, morreu nesta sexta, 25.
Com informações de Middle East Monitor e Quds Press
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