Por Evandro Messias

A esposa do professor palestino Abdul-Halim Al-Ashqar disse que seus advogados conseguiram obter um veredicto judicial que ordenou às autoridades de segurança dos EUA que o trouxessem imediatamente de volta de Israel.

Há alguns dias, Al-Ashqar foi sequestrado ilegalmente pelo FBI e levado a bordo de um avião para o aeroporto de Ben Gurion, em Israel, a fim de entregá-lo às autoridades. Mais tarde, Al-Ashqar foi devolvido aos EUA a bordo do mesmo avião depois que um tribunal dos EUA emitiu uma decisão a esse respeito.

Em declarações ao Centro de Informações Palestino (PIC), Asma Muhanna disse que a ordem judicial proibiu a transferência de Al-Ashqar para Israel, acrescentando que ele foi levado de volta para os EUA do aeroporto de Ben Gurion e enviado para uma prisão na Virgínia.

A ação foi condenada pelo Conselho de Relações Internacionais - Palestina (CIR) que atribuiu a responsabilidade da ação às autoridades estadunidenses que o entregaram às autoridades israelenses de ocupação. Essa atitude enfatiza a política hostil dessa administração em relação ao povo palestino, a estabilidade e a paz na região por meio de seu descarado viés para a ocupação injusta e seus crimes em andamento, observou o conselho.

Em novembro de 2007, as autoridades americanas sentenciaram Al-Ashqar a 11 anos de prisão após colocá-lo em prisão domiciliar por quase dois anos.

Ele foi demitido de seu posto de professor na Universidade de Washington em agosto de 2004. Posteriormente, ele foi preso e acusado, sem provas, de coletar fundos ilegalmente para o Hamas e colocado sob prisão domiciliar.

Ashqar foi candidato independente à presidência nas eleições palestinas realizadas em 9 de janeiro de 2005. Ele foi um dos dez candidatos que tentaram suceder Yasser Arafat.

 

Grupo palestino denuncia ação dos EUA

O Conselho de Relações Internacionais da Palestina havia denunciado as autoridades dos EUA por entregarem Ashqar a Israel.

O Conselho notou que este movimento revela a abordagem da administração dos EUA, que é hostil ao povo palestino e à estabilidade e à paz na região, por meio de sua flagrante parcialidade em relação à ocupação injusta e seus crimes em andamento.

A declaração observou que o governo dos EUA condenou injustamente Al-Ashqar a 11 anos de prisão após ser sequestrado e colocado em prisão domiciliar por quase dois anos sob acusação que não excede seis meses de prisão. Ele também enfatizou que as autoridades americanas estão atacando ativistas e cientistas palestinos.

O conselho pediu à comunidade internacional, grupos de direitos humanos e organizações em todo o mundo para exercer pressão para libertar o Al-Ashqar, enfatizando a necessidade de o governo dos EUA reconsiderar suas políticas na região que contradizem sua pretensão de ser um corretor e garantidor honesto do processo de paz.

 

Com informações do Conselho de Relações Internacionais - Palestina (CIR), Middle East Monitor e The Palestine Chronicle.