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Organização Mundial de Saúde: em Gaza 3 menores por mês ficam deficientes para toda a vida

Na Faixa de Gaza, todos os meses pelo menos três menores ficam permanentemente deficientes em resultado da violência israelita, segundo dados da Organização Mundial de saúde (OMS)

relatório da OMS, divulgado na passada sexta-feira e citado pelo site noticioso Middle East Monitor, refere dados recolhidos entre Março de 2018 e Março de 2019. No ano que passou, um total de 172 habitantes de Gaza foram feridos de tal forma que ficaram deficientes para toda a vida — 36 dos quais menores. Em média, é afectada uma pessoa dia sim dia não.

As amputações representam uma proporção esmagadora das deficiências permanentes, sendo a causa mais comum os ferimentos de alta intensidade causados por balas, de que resultaram 121 amputações. As agências e organizações de saúde alertaram que o número poderia subir caso os serviços de saúde de Gaza não sejam urgentemente melhorados.

Esses serviços de saúde melhorados, afirma o relatório, serviriam entre 1209 e 1746 utentes que necessitam de tratamento terciário especializado para recuperarem das suas lesões. «Sem que esse tratamento seja disponibilizado em Gaza, o número de amputações pode aumentar drasticamente em 2019», alerta o relatório.

Ao longo do ano que passou, os disparos das forças israelitas em Gaza mataram cerca de 305 palestinos e feriram 28 104, dos quais 8%do sexo feminino. Entre os feridos, 22%, ou seja, ou 4673, eram menores.

A grande maioria dos ferimentos que implicam uma mudança duradoura da vida foram infligidos durante as manifestações da Grande Marcha do Retorno, uma série de protestos semanais ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. As manifestações reclamam  o direito dos refugiados palestinos (cerca de três quartos dos habitantes de Gaza são refugiados) a retornarem aos lugares de onde foram expulsos durante a campanha de limpeza étnica realizada por ocasião da criação de Israel, em 1948.

As forças repressivas israelitas dispararam sobre os manifestantes palestinos desarmados com balas reais e granadas de gás lacrimogéneo. Este foi a principal causa de lesões, 10 768. Os 6872 ferimentos por bala constituem 25%, sendo na sua maioria dos membros superiores e inferiores.

Além disso, os ataques israelitas contra hospitais e centros de saúde ao longo dos últimos anos  agudizaram a crise de saúde no território. Foi sujeito a uma enorme pressão o já frágil sistema de cuidados de saúde de Gaza, que sofre de falta de pessoal, de tecnologia atualizada e de recursos médicos essenciais, situação que se tem agravado devido ao bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2007.

 

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