Sábado, 21 Dezembro 2024

Linguagem Selecionada: PORTUGUÊS BR

Inicio > Posts > Povo Palestino

Palestina: Entre o Sonho da Liberdade e o Pesadelo da Ocupação

Na Palestina, o céu se mistura à terra, o pesadelo ao sonho. Lá, as pedras respiram uma história de sangue e lágrimas. A terra grita o que não pode ser dito, e as árvores gemem com os segredos de séculos de conflito.

A verdade entre o sonho e o pesadelo

 

Na Palestina, o céu se mistura à terra, o pesadelo ao sonho. Lá, as pedras respiram uma história de sangue e lágrimas. A terra grita o que não pode ser dito, e as árvores gemem com os segredos de séculos de conflito. A Palestina não é apenas um local geográfico; é um espelho que reflete o ser humano em seus momentos de maior força e fraqueza. É a história que contamos no silêncio do barro e na resistência da oliveira, entre uma criança que sonha com a liberdade e um soldado que lhe rouba o sonho. Mas será que o conflito aqui é realmente sobre terra ou fronteiras, ou é uma questão existencial mais profunda? Como o ser humano enfrenta um sistema que busca apagá-lo? Como ele afirma sua existência diante de uma máquina de opressão que só conhece a linguagem da aniquilação?  

 

A ocupação como ideia existencial

 

A ocupação não é apenas um muro que corta o horizonte, nem um soldado que guarda um posto de controle. É uma ideia nascida do medo e alimentada por ilusões de superioridade e poder. A ocupação é uma declaração de guerra contra a memória, contra a história, contra o espírito.

 

O regime sionista, como narrado pelo Ocidente, é a "oásis da democracia" no deserto do autoritarismo. Mas, na verdade, é uma fábrica de medo: medo do palestino que se recusa a esquecer, medo de uma história que não pode ser completamente reescrita e medo de um futuro que traz consigo a justiça. Assim, o ocupante vive em um labirinto de ansiedade, escondendo-se atrás de seus muros e cercas, esquecendo que as paredes não impedem a passagem da história.  

 

A resistência como um ato humano

 

Diante dessa ocupação que busca engolir tudo, a resistência surge como um ato profundamente humano. Resistir é afirmar que o ser humano não é derrotado a menos que escolha desistir. Não se trata apenas de uma arma levantada ou uma pedra lançada.  

Quando um resistente dispara um foguete, ele declara vida, não apenas guerra. Quando uma mãe palestina planta uma oliveira, ela resiste à ideia de extinção, não apenas às escavadeiras sionistas. A resistência não é apenas uma reação à ocupação; é uma mensagem: "Estamos aqui, não desapareceremos, não morreremos em silêncio."  

 

Estados Unidos e o regime sionista: a aliança do medo e do poder

 

O regime sionista e os Estados Unidos são parceiros em um projeto existencial baseado na exclusão e na dominação, não apenas aliados políticos. Os EUA veem no regime sionista uma ferramenta para garantir sua posição como potência imperial em um mundo em transformação. Por sua vez, o regime sionista vê no apoio americano um meio de consolidar sua existência sem raízes.  

No entanto, essa aliança não está isenta de fissuras. Os EUA temem o declínio de sua influência global e percebem que seu apoio ao regime sionista se tornou um fardo que desperta a ira dos povos. Enquanto isso, o regime enfrenta crises internas que ameaçam destruí-lo por dentro. Ainda assim, ambos insistem em negar a realidade, acreditando que a força pode superar a verdade.  

 

As transformações internacionais e seu impacto no conflito

 

O mundo já não é o mesmo. A ordem liderada pelos Estados Unidos está em colapso, sendo substituída por potências emergentes como Rússia e China. Essa mudança abre novas perspectivas para a resistência palestina, que pode aproveitar essas transformações para romper o cerco. Contudo, a resistência precisa fortalecer sua rede de alianças com países como Irã, Venezuela e Coreia do Norte, além de contar com o apoio de povos que começam a perceber que a causa palestina é uma questão humanitária.  

 

A filosofia da resistência e da vida

 

A resistência é um fim em si mesma, a expressão máxima da vontade do ser humano de existir, apesar de todas as tentativas de apagá-lo. Na Palestina, a resistência assume dimensões filosóficas:  

- Ela afirma que o ser humano é um espírito que desafia a morte, e não apenas um corpo que pode ser vencido pelas armas.  

- Declara que a liberdade é um direito conquistado, não um privilégio concedido.  

Quando um palestino resiste, ele sonha com a liberdade de todos os povos oprimidos, não apenas com a sua própria liberdade.

 

O sonho que não morre

 

A Palestina é uma ideia. É a voz de uma criança que sonha com um futuro sem muros, é a lágrima de uma mãe que se despede de seu filho mártir, sabendo que ele não morreu, mas se tornou parte da terra que ama. Não é apenas um lugar no mapa.  

O conflito na Palestina não terminará com um acordo de paz ou um muro; é um confronto entre sonho e pesadelo, entre quem quer viver e quem quer aniquilar o outro.  

Mas, se há algo que a história ensina, é que os povos que amam a vida, que resistem e insistem em servir apesar da dor, são os que triunfam no final.  

Khaled Darawsheh – Jordânia

  • Gravatar - Post by
    postado por: Khaled Darawsheh
  • postado em:
DEIXE SEU COMENTÁRIO

Copyright © 2024 IBRASPAL - Instituto Brasil Palestina. All Rights Reserved.