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Pela primeira vez desde que começou a Marcha do Retorno ninguém morreu nos protestos

Cinquenta pessoas já morreram e mais de sete mil ficaram feridas nos outros cinco atos

Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal

 

Pela primeira vez desde que começaram as manifestações da Grande Marcha do Retorno no dia 30 de março, ninguém morreu até o momento em decorrência dos protestos que ocorreram nesta sexta-feira, 4, na fronteira da Faixa de Gaza.

 

Cinquenta pessoas já morreram e mais de sete mil ficaram feridas nos cinco protestos anteriores, segundo a agência de notícias palestina Quds Press. Anas Shawky Abu Aser, de 19 anos, é a vítima mais recente. Ele morreu nesta quinta, 3, após ter sido baleado na cabeça na manifestação da semana passada.

 

Nesta sexta, mais de 400 palestinos ficaram feridos depois de terem sido atingidos pelas forças de repressão israelenses, vários deles baleados por armas de fogo. Mais uma vez jornalistas foram alvo dos soldados sionistas. E pelo menos três ficaram feridos enquanto cobriam o protesto.

 

De acordo com informações do Ministério da Saúde da Palestina, Abdel Rahim Al-Khatib, Suleiman Abu Zarif e Hamza Al-Shaami foram feridos pela explosão de bombas lançadas em Khan Younis, ao sul de Gaza.

 

Mais de 70 jornalistas já foram feridos desde o início dos protestos e dois fotógrafos foram mortos. Yaser Murtaja foi assassinado pelas forças de repressão de Israel no último dia 6 e Ahmad Abu Hussein morreu no dia 25, depois de ter sido baleado na manifestação do dia 13.

 

Os dois usavam coletes que os identificavam como profissionais de imprensa quando foram atingidos pelos disparos. As equipes de salvamento também estão na mira dos soldados israelenses, segundo as autoridades palestinas.

 

As autoridades de saúde de Gaza informam que 44 médicos foram feridos no mês passado e que 19 ambulâncias foram alvejadas. Nesta sexta, um paramédico ficou ferido.

 

Um drone israelense foi derrubado por pedras lançadas pelos manifestantes perto de Rafah. O equipamento era usado para filmar palestinos que participavam do protesto perto da fronteira. Três palestinos conseguiram entrar em Israel e foram presos pelas forças de segurança israelenses.

 

Na próxima sexta-feira, 11, ocorre a sétima manifestação da Grande Marcha do Retorno na fronteira da Faixa de Gaza com Israel. De acordo com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, os protestos devem se estender para a Cisjordânia a partir do dia 15 de maio, considerado o pico das manifestações pelo direito de retorno. 

 

A data marca os 70 anos da Nakba (catástrofe, em tradução do árabe), quando Israel expulsou milhares de palestinos de suas terras e casas para assentar em seu lugar colonos israelenses. 

 

O direito dos palestinos poderem retornar ao território ocupado por Israel é assegurado pela própria ONU (Organização das Nações Unidas). Mas os sionistas nunca respeitaram esse direito. Até mesmo os filhos e netos desses palestinos são impedidos de conhecerem a terra dos antepassados.

 

Com informações da Quds Press, do Arab 48 e Middle East Monitor 

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