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Preso palestino Huzaifa Halabiya há 52 dias em greve de fome contra detenção administrativa

O preso Huzaifa Halabiya já cumpriu 52 dias de greve de fome contra a sua detenção pelo ocupante israelita, sem acusação nem julgamento, e o movimento dos presos palestinos apela a uma jornada de luta em 22 de Agosto, nomeadamente com uma concentração frente à prisão de Ofer, informa a Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinos).

A organização prisional da Frente Popular para a Libertação da Palestina lançou um apelo à participação nessas ações em toda a Palestina ocupada, exortando à solidariedade com os presos, especialmente os detidos administrativos que estão empenhados numa greve de fome de duração indeterminada.

Huzaifa Halabiya está encarcerado por Israel, em regime de detenção administrativa, sem acusação nem julgamento, desde 10 de Junho de 2018.

Deu início à greve de fome no pasado dia 1 de Julho para exigir a sua liberdade. O seu estado de saúde é precário, especialmente porque requer cuidados médicos especializados. Já teve leucemia e em criança sofreu queimaduras graves na maior parte do corpo.

Quando foi preso pelas forças da ocupação israelita, a sua esposa estava grávida. Hoje é pai de uma filha de seis meses, Majdal, que nunca pôde ver.

Outros presos, todos eles em detenção administrativa, aderiram à greve de fome:

• Ahmad Ghannam, em greve de fome há 39 dias. Também teve leucemia.

• Sultan Khallouf, em greve de fome há 35 dias. Preso em 8 de Julho, iniciou a greve imediatamente após as autoridades israelitas terem anunciado que seria transferido para a detenção administrativa.

• Ismail Ali, em greve de fome há 29 dias. Está em detenção administrativa desde Janeiro de 2019. Anteriormente já esteve preso pela ocupação israelita durante sete anos.

• Wajdi al-Awawdeh, em greve de fome há 24 dias. Com 20 anos de idade, está em detenção administrativa desde Abril de 2018.

• Tareq Qa'adan, em greve de fome há 20 dias. Destacado dirigente em Jenin, passou 11 anos em prisões israelitas. No fim da pena, foi transferido para detenção administrativa em vez de ser libertado.

• Nasser al-Jada, em greve de fome há 15 dias.

• Thaer Hamdan, em greve há 10 dias.

O regime de detenção administrativa foi introduzido na Palestina pelos colonialistas britânicos durante o período do Mandato, sendo depois adoptado pelo Estado sionista.

Os palestinos podem ficar presos até seis meses, sem acusação ou julgamento, a cada ordem de detenção administrativa, sendo que essas ordens são indefinidamente renováveis. Assim, podem passar anos encarcerados ao abrigo da detenção administrativa. O fim da detenção administrativa é uma grande reivindicação do movimento dos presos.

Existem neste momento aproximadamente 500 detidos administrativos entre os mais de 5000 presos políticos palestinos nas cadeias israelitas.

Ilustração: cartoon de Carlos Latuff em apoio aos presos palestinos em greve de fome

 

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