Prisioneiro palestino morre em cadeia israelense devido a negligência médica
O prisioneiro palestino Sami Abu Diak teve a morte anunciada na manhã desta terça-feira (26), após sofrer de uma séria doença que não foi tratada devidamente nas cadeias de Israel.
A Comissão de Prisioneiros Palestinos da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) declarou que Abu Diak, 37 anos, da cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, morreu no hospital israelense Asaf Harofeh.
Segundo a comissão, Abu Diak morreu devido aos “assassinatos clínicos, sistemáticos e deliberados executados pelo Serviço Penitenciário Israelense (SPI).” Ainda reiterou que, antes de sua morte, Israel lhe negou diversos recursos para ser libertado sob argumentos humanitários, ou ao menos lhe autorizar o tratamento médico apropriado nos hospitais israelenses.
A comissão também afirmou que o SPI isolou todas as alas das prisões israelenses, a fim de evitar protestos ou rebeliões entre os prisioneiros palestinos. Os detidos bateram nas portas como forma de manifestação.
Detido em 17 de julho de 2002, Abu Diak foi condenado a três prisões perpétuas mais trinta anos de prisão. O prisioneiro palestino passou 17 anos na cadeia antes de sua morte.
Abu Diak foi diagnosticado com câncer no intestino em setembro de 2015 e sua condição deteriorou-se bastante rapidamente. Como resultado, foi forçado a utilizar uma cadeira de rodas para se locomover.
Abu Diak morreu “devido à tortura física e psicológica, negligência médica e outras violações”, declarou a Comissão de Prisioneiros Palestinos, que responsabilizou diretamente o Estado de Israel.
Em sua última mensagem, o prisioneiro de 37 anos de idade afirmou: “Passei meus últimos dias e horas ao lado de minha mãe e meus entes queridos, e desejo morrer em seus braços … Não quero morrer com minhas mãos e pés algemados e em frente a um carcereiro que ama a morte e que se alimenta e deleita de nossa dor e sofrimento.”
Sua morte eleva a 221 o número de prisioneiros palestinos que morreram nas cadeias israelenses desde 1967.
Segundo a Addameer, organização não-governamental de direitos humanos com foco nos prisioneiros palestinos, há atualmente 5.250 prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses, incluindo 205 crianças e 44 mulheres.
O Escritório Central de Estatísticas da Palestina, houve aproximadamente um milhão de prisões de cidadãos palestinos desde 1948.
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