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Relatores da ONU denunciam aumento da violência contra palestinos em assentamentos israelenses

As Nações Unidas registraram cerca de 770 incidentes violentos em 2020 e especialistas falam de um "clima de impunidade". Nem mulheres grávidas, nem crianças, nem idosos seriam poupados da violência israelense

Um grupo de relatores da ONU denunciou o aumento da violência contra palestinos em assentamentos israelenses na Cisjordânia, em um "clima de impunidade" que em 2020 resultou em cerca de 770 incidentes e que acumula mais 210 no primeiro trimestre de 2021.

Especificamente, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) registrou 771 incidentes no ano passado com 131 palestinos feridos, principalmente nas áreas de Hebron, Jerusalém, Nablus e Ramallah. Em 2021, uma vítima palestina dessa violência já perdeu a vida, segundo esses dados.

“Pedimos ao Exército e a Polícia de Israel a investigar e processar essas ações”, denunciaram o relator de Direitos Humanos nos territórios palestinos ocupados, Michael Lynk, o relator de moradia digna, Balakrishnan Rajagopal, e o especialista em Direitos Humanos e idosos, Claudia Mahler, em uma mensagem comum.

Segundo os relatores, a violência se deve principalmente a motivos ideológicos e visa não só a apreensão de terras, mas também intimidar os palestinos, que viveriam em um ambiente de coerção que os impede de acessar e cultivar a terra.

“Eles atacam principalmente o sustento dos palestinos nas áreas rurais, vandalizando gado, terras agrícolas, árvores e casas”, disseram, alertando que o objetivo final seria tornar a vida “insustentável” para a população local. O OCHA tem evidências de pelo menos 9.645 árvores e 184 danificadas em 2020.

Além disso, os relatores expressaram sua preocupação com as ameaças de despejo que pairam sobre mais de 70 famílias em Jerusalém Oriental para a construção de novas casas para os colonos, apesar do fato de que essas são "transferências de população estritamente proibidas pelo Direito Internacional". Sete famílias já receberam ordem de deixar suas casas antes de 2 de maio.

Nem gestantes, nem crianças, nem idosos seriam poupados da violência, segundo a denúncia, que carece de um mínimo de empatia por parte das autoridades israelenses, visto que "em muitos casos" as forças de segurança israelenses estiveram próximas ou até mesmo "presente" quando os ataques ocorreram e "eles não tomaram medidas suficientes para proteger os palestinos".

Nesse sentido, lembraram que, segundo a ONG Yesh Din, 90 por cento das investigações abertas entre 2005 e 2019 por crimes de natureza ideológica contra palestinos foram resolvidas sem qualquer tipo de imputação por parte das forças israelenses, o que mostraria “uma impunidade institucional e sistemática”, na opinião dos especialistas.

“Pedimos à comunidade internacional que imponha custos significativos à prolongada ocupação israelense e que a potência ocupante pare imediatamente suas atividades nos assentamentos”, afirmaram.

 

Fonte: Europa Press

Tradução: IBRASPAL

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