Revolta em bairro de Jerusalém Oriental ocupada contra assassínio de jovem palestino pela polícia israelita
Pelo segundo dia consecutivo, esta sexta-feira o bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada, ergueu-se em revolta contra o assassínio de um jovem pelas forças repressivas israelitas.
Na quinta-feira, Mohammed Samir Obaid, de 20 anos, foi baleado no peito e no coração pela polícia israelita durante um protesto, vindo a sucumbir aos ferimentos no início da sexta-feira.
A polícia israelita afirma que os seus agentes dispararam depois de Obaid lhes ter atirado petardos, o que é desmentido por testemunhas no local, que negam terem sido lançados quaisquer petardos. Pelo contrário, um soldado que se encontrava a 10 metros de Obaid pegou na arma e correu atrás do jovem, antes de disparar contra ele.
As forças israelitas apossaram-se do corpo do jovem e recusam-se a devolvê-lo à família.
Durante a adolescência Obaid passou quatro anos nas prisões israelitas pelas suas actividades contra a ocupação. O seu pai e irmã também são antigos presos políticos.
Nesta sexta-feira o campo de refugiados de Shu'fat também registou confrontos violentos, e nos bairros de Al-Tur e Jabal Mukaber foram lançados petardos contra a polícia e postos avançados de colonatos israelitas.
O Crescente Vermelho palestino divulgou um comunicado em que informa que desde quinta-feira tratou 80 feridos durante os confrontos de Issawiya. O Crescente Vermelho sublinha que há grandes obstáculos ao movimento de ambulâncias em direção ao local dos acontecimentos devido aos postos de controlo erguidos pela polícia israelita.
Desde há anos que os moradores de Issawiya são sujeitos a sucessivas rusgas e prisões levados a cabo pelo exército e pela polícia israelitas. São frequentes as demolições de casas.
No ano passado, os moradores de Issawiya começaram a coordenar os protestos, exigindo o fim dos ataques das forças repressivas israelitas, que consideram uma punição colectiva.
O protesto na quinta-feira ocorreu após duas semanas de intensificação da intervenção militar e policial israelita na zona.
Fonte: Movimento Pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente MPPM
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