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Sempre será a Palestina

O novo governo formado em Israel não cria esperança para o povo palestino. Eles acham que tudo permanecerá igual ou pior, embora para eles seus territórios sempre serão a Palestina.

O novo vencedor das eleições, o ex-general Benny Gantz, 59 anos, filho de refugiados que fugiram da Segunda Guerra Mundial, é o grande mistério. Por um lado, o conhecemos pelas duas ofensivas contra Gaza que dirigiu, embora também tenha declarado em algumas reuniões que as negociações com os palestinos devem ser retomadas. Em 2014, realizou sua operação militar mais longa e mais difícil: 50 dias em que o minúsculo enclave costeiro de Gaza foi incansavelmente bombardeado em ruínas. Mais de 2.200 palestinos morreram no ataque, um quarto deles, crianças.

Autoridades palestinas e grupos de direitos humanos acusaram o exército israelense de crimes de guerra durante o conflito, informou a BBC. Lembre-se de que as Forças Armadas são a instituição mais valorizada pelos cidadãos. Não importa se os tanques entram em Gaza ou fecham suas fronteiras para que a população morra lentamente. Tampouco importa que colonos fanáticos e extremistas invadam a Cisjordânia ou que as autoridades israelenses realizem a demolição de conjuntos habitacionais em Jerusalém. A sociedade palestina sofreu, sofre e sofrerá muito, mas sua terra sempre será, legitimamente, sua.

Os políticos do governo de Israel podem mudar, mas sua visão diante do povo palestino não varia. Eles não os querem naquele território e transformaram a área em um verdadeiro apartheid. Enquanto os colonos judeus comemoram a proposta de Netanyahu de anexar o território ocupado por parte da Cisjordânia, os fazendeiros palestinos defendem suas terras, suas colheitas e suas oliveiras.

Na Cisjordânia, palestinos perdem todos os dias as melhores terras agrícolas, as áreas onde há água e até suas casas, pois, se os invasores os incomodam, o Exército os destrói. Eles não podem mais vender seus produtos em Israel porque os colonos monopolizaram o mercado. É uma invasão silenciosa. Israel, através de seus colonos, pessoas sem coração, fez com que mais de um terço da Cisjordânia fosse ocupada por colonos protegidos pelo exército.

Dias antes das últimas eleições, Netanyahu, desesperado pois sabia que iria perder o poder, prometeu anexar Israel a 35% da Cisjordânia oficialmente, já que, de fato, já a domina para obter o voto de todos os colonos. O secretário da OLP, veterano Saeb Erekat, respondeu a Netanyahu que "a anexação seria um crime de guerra sob o direito internacional", o que chega a ser indiferente aos ouvidos dos políticos israelenses, pois nunca cumprem as as resoluções das Nações Unidas e nada acontece.

A única coisa que os preocupa é o relacionamento com os Estados Unidos e com Trump. Para eles, a Europa não existe, nem o resto do mundo. Eles vivem em sua bolha e os palestinos são simplesmente desconfortáveis. No verão passado, o genro de Trump, Jared Kushner, conselheiro e mão direita do presidente estadunidense, visitou Israel horas antes do Ministério da Defesa aprovar a construção de 6.000 novas casas em assentamentos judeus em território ocupado. Mas os colonos não se contentaram com isso e começaram a protestar contra a criação de 700 casas para palestinos chamando todo esse povo de "terroristas". Na verdade, trata-se da legalização de algumas casas que já estavam construídas. 

De fato, o governo palestino não quer saber de Trump, após o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv, ao mesmo tempo em que o Departamento de Estado fechou o escritório de representação da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) em Washington.

As posições são muito próximas. Não há um mínimo de possibilidade de acordos ou de parar a agressão. Enquanto isso, os habitantes da Cisjordânia continuam a perder seus campos e casas devido à invasão de colonos israelenses. Não se deve esquecer que na área da Cisjordânia, os israelenses têm suas próprias rodovias que os palestinos não podem usar. E em Gaza, permanecem bloqueados, sem esperança, sem água potável, com escassez de eletricidade, sem trabalho e sempre com a data estabelecida pelas Nações Unidas: em 2020, você não poderá morar em Gaza.

Infelizmente, o povo palestino se sente indiferente a qualquer governo em Israel, pois acredita que suas políticas em relação a eles serão iguais e que sua vida não mudará e seu futuro é sobreviver e manter essas terras para seus descendentes.

 

Fonte: Mercé Rivas, Ideal Digital

Tradução: IBRASPAL

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