UEFA proíbe Israel de transmitir jogos de futebol para assentamentos ilegais
Ministra afirma que organizações esportivas não decidem as fronteiras israelenses
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
A UEFA, a Associação de Futebol da União Europeia, proibiu Israel de transmitir seus jogos para os assentamentos ilegais localizados em Jerusalém oriental e em toda a Cisjordânia ocupada.
A TV estatal israelense comprou os direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Europeu e da Copa do Mundo, que vai ocorrer no Catar em 2022, mas a UEFA ressalta que as partidas não poderão ser exibidas nos territórios palestinos ocupados.
Ao que tudo indica o posicionamento da entidade esportiva se escorou em uma exigência do Qatar, que transmite os jogos da UEFA para o norte da África e Oriente Médio.
A ministra da Cultura e do Esporte de Israel, Miri Regev, criticou a decisão da UEFA. “Organizações esportivas não decidem as fronteiras do Estado de Israel. A emissora pública israelense, financiada pelo público, tem de lutar pelos direitos de transmissão, e não se render à UEFA que quer prejudicar a soberania de Israel”, enfatiza.
Ela ressalta ainda que os colonos judeus que vivem na Palestina têm o direito de assistir as partidas da UEFA. “Não são cidadãos de segunda classe.”
A presença de colonos israelenses vivendo além da linha definida pós 1948 é considerada ilegal pelo direito internacional, como a Quarta Convenção de Genebra
As ocupações de Israel que ocorreram na Guerra do Seis Dias, em 1967, são consideradas ilegais pelo direito internacional. Mesmo assim, o governo israelense tem adotado desde então uma política agressiva de invasão de novas áreas dentro da Cisjordânia.
A posição da UEFA é um duro golpe contra o governo israelense. Antes do início da Copa do Mundo de 2018, a seleção argentina de futebol já havia cancelado uma partida amistosa com Israel, após palestinos e o movimento BDS pedirem que a partida não ocorresse.
Com informações do Middle East Monitor
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