Um mês após início da Marcha do Retorno, Israel já matou 43 palestinos
Quase seis mil pessoas foram feridas, muitas ainda estão em estado grave
Por Lúcia Rodrigues
Ibraspal
Um mês após o início da Grande Marcha do Retorno, no dia 30 de março, as forças de repressão israelenses já mataram 43 palestinos e feriram quase seis mil, vários deles continuam em estado grave.
O Ministério Palestino da Juventude e do Esporte informou neste domingo, 29, que Israel feriu 30 atletas durante a repressão às manifestações da Marcha do Retorno.
De acordo com o órgão governamental, alguns desses atletas foram atingidos por disparos e tiveram membros amputados em função dos ferimentos.
Autoridades palestinas conclamam a comunidade internacional e grupos de direitos humanos a intervir, para estancar a carnificina promovida por Israel. E pedem a investigação dos crimes israelenses praticados contra manifestantes pacíficos.
O grupo israelense de direitos humanos B'Tselem já enviou carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pedindo que o órgão intervenha para impedir o uso de força letal pelas forças israelenses contra palestinos na Faixa de Gaza.
O representante da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nikolay Mladenov, também se manifestou em rede social exigindo que Israel pare de atirar em crianças.
As autoridades palestinas também denunciam Israel de atacar sistematicamente médicos que socorrem feridos e jornalistas que cobrem a Marcha do Retorno.
Dois fotógrafos já foram assassinados. Ahmed Abu Hussein morreu no último dia 25, depois de ter sido baleado na manifestação do dia 13, e Yaser Murtaja, no último dia 6. Os dois usavam coletes que os identificavam como profissionais de imprensa quando foram baleados.
Na próxima sexta-feira, 4, ocorre a sexta manifestação da Grande Marcha do Retorno na fronteira da Faixa de Gaza com Israel. De acordo com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, os protestos devem se estender para a Cisjordânia a partir do dia 15 de maio, considerado o pico das manifestações pelo direito de retorno.
A data marca os 70 anos da Nakba (catástrofe, em tradução do árabe), quando Israel expulsou milhares de palestinos de suas terras e casas para assentar em seu lugar colonos israelenses.
O direito dos palestinos poderem retornar ao território ocupado por Israel é assegurado pela própria ONU (Organização das Nações Unidas). Mas os sionistas nunca respeitaram esse direito. Até mesmo os filhos e netos desses palestinos são impedidos de conhecerem a terra dos antepassados.
Com informações do Middle East Monitor
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